Agência France-Presse
postado em 28/02/2014 11:31
O Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL), o grupo jihadista mais radical da Síria, se retirou de ao menos cinco localidades do norte do país depois do ultimato de um grupo rival, informou uma ONG síria. A Frente al-Nosra, o braço sírio da Al-Qaeda, deu na terça-feira um ultimato de cinco dias ao EIIL para que o movimento aceite que o conflito seja resolvido ante um tribunal religioso.Em caso de rejeição, a Al-Nosra ameaçou expulsar o grupo da Síria, onde estes exilados contra o regime de Bashar al-Assad travam sangrentos combates.
"O EIIL se retirou de Azaz, seu principal reduto da província de Aleppo, do aeroporto militar de Menegh (tomado pelos rebeldes em agosto de 2013), da localidade de Mayer e dos povoados de Deir Khamal e Kafin", todos eles na mesma província, afirmou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
"A região de Aleppo é seu ponto fraco, e por isso temem ser atacados" pela Al-Nosra e pelos outros rebeldes devido ao ultimato, explicou à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do OSDH.
"O EIIL se dirigiu mais a leste, em direção a localidades limítrofes com a província de Raqa, onde se encontra seu principal bastião, a cidade de Raqa", afirmou.
Segundo ele, os combatentes se entrincheiraram principalmente nas localidades de Kharablos e de Menbekh, no extremo leste da província de Aleppo e próximas à Raqa.
[SAIBAMAIS]O ultimato ao EIIL ocorreu após a morte do comandante de uma brigada islamita, Abu Khaled al-suri, um amigo do chefe da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri.
Os insurgentes acusam o EIIL de tê-lo matado. O chefe da Al-Nosra, Abu Mohamad al-Kholani, anunciou que lutarão contra este grupo na Síria e inclusive no Iraque se eles rejeitarem a arbitragem religiosa.
Embora tanto a Al-Nosra quanto o EIIL procedam do braço da Al-Qaeda no Iraque, suas relações se deterioraram nas últimas semanas e os combatem fazem estragos nos dois campos.
A rebelião síria odeia o EIIL pela brutalidade de seus métodos contra os civis e por sua rejeição em cooperar com os outros grupos na luta contra o regime de Assad.
Em janeiro, os insurgentes declararam guerra contra ele e a Frente Al-Nosra, depois de ter mantido inicialmente uma posição neutra, se uniu a eles na ofensiva.