Agência France-Presse
postado em 28/02/2014 14:01
Mais de 200 imigrantes marroquinos chegaram nesta sexta-feira (28/2) ao encrave espanhol de Melilla, que enfrenta uma entrada em massa de imigrantes desde o início do ano. Segundo autoridades, cerca de 300 imigrantes chegaram ao amanhecer na cidade, protegida por uma cerca de sete metros de altura. Dois terços deles conseguiram escalar a barreira.O governo também informou que os invasores lançaram "todo tipo de objetos - pedras, garrafas e paus - nos agentes da Guarda Civil". Dois agentes ficaram levemente feridos.
Os marroquinos foram levados para o Centro de Acolhimento Temporário de Imigrantes (CETI), que recebeu 214 pessoas durante a manhã, segundo disse seu diretor, Carlos Montero, à AFP.
O CETI, sobrecarregado pela chegada periódica de centenas de imigrantes desde o começo de 2014, atualmente abriga 1.300 pessoas, enquanto sua capacidade seria para apenas 480.
Segundo Montero, aproximadamente mil imigrantes ilegais se encontram na entrada de Melilla, esperando o melhor momento para tentar passar para o encrave.
Além disso, centenas de refugiados sírios chegaram ao Marrocos para tentar entrar na Espanha. Cerca de 200 já tentaram, mas sem sucesso.
Lei de imigração pode ser alterada
Nas últimas semanas, a pressão migratória sobre Melilla tem aumentado, já que a localidade é uma das duas únicas fronteiras terrestres entre a África e a União Europeia.
A outra é Ceuta, também na Espanha, onde 14 imigrantes morreram ao tentar nadar até o país no dia 06 de fevereiro.
A polícia espanhola foi acusada de atirar com balas de borracha contra os africanos, e o Ministro do Interior, Jorge Fernández Díaz, proibiu o uso desse tipo de armas em situações como essa.
O governo espanhol, do conservador Mariano Rajoy, pretende mudar a lei de imigração do país, que atualmente prevê assistência a todos que chegam ao país.
"A lei não foi planejada para chegadas em massa como de Ceuta e Melilla. Não é a mesma coisa controlar a fronteira em Barajas (aeroporto de Madri) e em Melilla", declarou Fernández Díaz.