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Presidente interino da Ucrânia pede que Putin pare 'agressão" na Crimeia

"Pare imediatamente com sua agressão não dissimulada e retire seus militares da Crimeia", disse o presidente interino da Ucrânia

Agência France-Presse
postado em 28/02/2014 18:32
Presidente interino da Ucrânia, Olexander Turchinov
Kiev - O presidente interino da Ucrânia, Olexander Turchinov, pediu nesta sexta-feira que o presidente russo, Vladimir Putin, "pare imediatamente com sua agressão não dissimulada e retire seus militares da Crimeia", em declarações transmitida pela televisão.

Turchinov denunciou uma provocação de Moscou, pois, segundo ele, "provoca-se o conflito e, em seguida, anexa-se o território". "A Rússia enviou tropas à Crimeia e, não apenas tomou o Parlamento e o governo da Crimeia, mas procura também a tomar o controle da infraestrutura de comunicação (...). Ela deve parar imediatamente esta provocação e pedir que os militares na Crimeia atuem exclusivamente respeitando os acordos assinados", ressaltou o presidente interino. Ele se referiu ao acordo concluído em 1997 entre Kiev e Moscou, que estipula as regras segundo as quais a frota russa do Mar Negro fica baseada no porto de Sebastopol, na Crimeia, península de maioria russa no sul da Ucrânia.

O Ministério ucraniano das Relações Exteriores havia denunciado antes a violação do espaço aéreo ucraniano pela Rússia.

"Nós assistimos hoje a uma invasão armada russa (...). O espaço aéreo (da Crimeia) está fechado em razão do grande número de aterrissagens de aviões e helicópteros russos", denunciou também o representante do presidente ucraniano na Crimeia, Serguei Kunitsyne, à rede de televisão ART. Ele estimou em cerca de 2.000 o número de militares russos transportados por aeronaves até o aeroporto militar Gvardeiskoie, próximo a Simferopol, capital da república autônoma da Crimeia.


Os guardas de fronteira ucranianos tinham indicado anteriormente que pelo menos dez helicópteros russos haviam cruzado a fronteira para entrar na Crimeia, enquanto apenas três deles tinham sido autorizados por Kiev, após um pedido russo oficial.

[SAIBAMAIS]Testemunhas também indicaram ter visto nesta sexta à noite (28/2) uma movimentação de veículos de transportes de tropas não identificados na estrada que liga Sebastopol a Simferopol, assim como a aterrissagem de vários aviões de carga militares em um aeroporto militar perto de Simferopol. Durante a noite de quinta (27/2), cerca de dez militares armados, usando uniformes sem sinais de identificação, chegaram ao aeroporto de Simferopol e patrulharam a parte externa durante todo o dia, segundo jornalistas da AFP.

As autoridades ucranianas falaram de uma "invasão armada" russa. Os misteriosos militares no aeroporto de Simferopol "não escondem o seu pertencimento às forças armadas russas", segundo o ministro do Interior interino Arsen Avakov. Ao mesmo tempo, centenas de militantes pró-russos estavam reunidos nas proximidades do Parlamento da República Autônoma da Crimeia, em Simferopol, onde a bandeira russa foi hasteada na quinta pelo grupo que entrou no prédio, aparentemente armado.

Reunidos a portas fechadas, os deputados do Parlamento da Crimeia votaram na quinta-feira (27/2) pela realização de um referendo no dia 25 de maio para dar mais autonomia à Crimeia. Essa data também foi a escolhida pelo Parlamento ucraniano em Kiev para organizar uma eleição presidencial antecipada, após a destituição do presidente Viktor Yanukovytch.

A Crimeia, povoada majoritariamente por russos, é a região da Ucrânia que se opõe com mais força às novas autoridades em Kiev. Ela já pertenceu à Rússia, antes de ser anexada à Ucrânia soviética em 1954.

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