Panamá - A ampliação do Canal do Panamá começará a operar em 2016 após a crise surgida pela falta de liquidez, afirmou o administrador da via, Jorge Quijano, depois do acordo alcançado com o consórcio que realiza as obras.
"O plano é que nós entraremos em operação comercial em janeiro de 2016", afirmou Quijano em coletiva de imprensa, ao comentar sobre o acordo alcançado na quinta-feira e que formalmente será assinado dia 6 de março, quando for devidamente redigido.
A Autoridade do Canal do Panamá (ACP) e o consórcio Grupo Unidos pelo Canal (GUPC) concordaram com a injeção de recursos para concluir a obra, seriamente ameaçada por falta de liquidez do GUPC, depois de dois meses de conflito e negociações. "Este caminho que escolhem, que não é perfeito, tem as vantagens de que podemos reiniciar a obra rapidamente e com a injeção que será dada à obra, poderemos falar que ela obra terminará em 2015", afirmou Quijano.
O acordo estabelece que a ACP e GUPC anteciparão 100 milhões de dólares cada um para que o ritmo das obras seja normalizado. O convênio também estabelece que a moratória do pagamento de 784 milhões de dólares que ACP tinha antecipado ao GUPC se estenderá até 2018, quando o consórcio entregará as comportas das novas eclusas no mais tardar em dezembro.
[SAIBAMAIS]"Este acordo garante que a obra seja encerrada no tempo mais peremptório (...) A ACP mantém seu norte e esse novo passo nos leva mais perto de completar a obra", segundo Quijano. Além disso, o GUPC deve administrar com a seguradora Zurich America International - que protege o investimento com 600 milhões de fiança - 400 milhões que iriam para um fundo gerido pelo consórcio e a ACP.
Uma vez concluídas as obras, o Canal precisa de um período de testes antes de sua inauguração final, que seria agora em 2016. As obras deveriam ser concluídas em 2014, coincidindo com o centenário da via, mas os trabalhos sofreram atrasos e as autoridades anunciaram o fim do projeto para junho de 2015, data que depois foi prorrogada pela crise de financiamento do projeto a dezembro desse mesmo ano. O conflito, que levou à paralisação das obras entre 7 e 20 de fevereiro, estourou no dia 30 de dezembro quando o consórcio reivindicou à ACP um sobrecusto estimado de 1,2 bilhão de euros pela construção do terceiro jogo de eclusas.
Com o acordo, o GUPC se comprometeu a esperar o resultado de uma arbitragem para atribuir a responsabilidade final dos custos adicionais.