postado em 01/03/2014 08:00
No terceiro dia de um tour por sete nações sul-americanas, o chanceler venezuelano, Elías Jaua, denunciou, em Brasília, um suposto plano da oposição para desestabilizar a democracia de seu país. Depois de uma reunião com o colega brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, na madrugada de ontem, o representante de Caracas convocou jornalistas para expor evidências de um complô ;neofascista; contra o governo de Nicolás Maduro e insistiu em uma reunião extraordinária da União de Nações Sul-Americanas (Unasul). ;A natureza dessa violência não se sustenta em um mal-estar social. É de ordem político-ideológica e especialmente idealizada por uma corrente de pensamento neofascista;, acusou. Após a visita ao Brasil, Jaua seguiu para o Suriname, que preside temporariamente a Unasul e onde ele pretendia oficializar o pedido de reunião do grupo. A última escala do giro seria a Guiana. Em paralelo às articulações de Jaua na América do Sul, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou que estuda proposta de impor sanções a indivíduos ligados à repressão na Venezuela, além de buscar uma forma de mediar a crise, com a ajuda da Colômbia e de outros parceiros.
A vinda de Jaua ao Brasil integrou uma intensa agenda de visitas a membros do Mercosul e da Unasul, iniciada na quarta-feira, a fim de angariar apoio contra a suposta ameaça à Venezuela. O chanceler desembarcou em Brasília por volta da zero hora de ontem e foi recebido na residência de Figueiredo. Na reunião com o homólogo brasileiro, Jaua apresentou relatório sobre as causas do impasse no país e ressaltou o empenho de Caracas em promover a reconciliação. Segundo o Itamaraty, Figueiredo ;manifestou confiança de que, pela via do diálogo e do respeito ao ordenamento institucional, a Venezuela vai resguardar a ordem democrática e o Estado de direito, atendendo os anseios do povo venezuelano e de seu governo de seguir o desenvolvimento com estabilidade e paz;.
Embora o Ministério das Relações Exteriores não tenha emitido oficialmente um parecer sobre o debate na Unasul, Jaua indicou que a proposta foi bem recebida por Figueiredo. O diplomata, que também visitou Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai para tratar da situação venezuelana, convocou a imprensa na manhã de ontem para expor imagens de atentados a instituições do Estado e evidências de incitação à violência contra simpatizantes de Maduro e do presidente Hugo Chávez, morto em 5 de março de 2013, vítima de câncer. Na quinta-feira, a liderança do Partido dos Trabalhadores na Câmara dos Deputados recebeu um documento com o mesmo teor de informações da embaixada venezuelana.
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