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Obama e Putin discutem pelo telefone sobre a situação da Ucrânia

A Casa Branca informou que Obama pediu a Putin para retirar suas forças a suas bases na Crimeia

Agência France-Presse
postado em 01/03/2014 19:01
Homens armados patrulham ao redor do edifício do parlamento regional, na cidade da Criméia de Simferopol
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse ao presidente Vladimir Putin em uma chamada telefônica de 90 minutos neste sábado (1;/3) que a Rússia violou as leis internacionais com sua incursão na Ucrânia e alertou sobre as represálias dos EUA e seus aliados. A Casa Branca disse que Obama pediu a Putin para a mover as tropas russas para suas bases na Crimeia e alertou que a violação continuada das leis internacionais levariam Moscou a um maior "isolamento político e econômico".

A chamada aconteceu depois que a equipe de segurança nacional de Obama se reuniu para elaborar respostas dos EUA à crise depois que o Parlamento russo deu a Putin autorização formal para enviar tropas à Ucrânia e que oficiais em Kiev disseram que 6 mil forças já foram enviadas à Crimeia. "O presidente Obama expressou sua profunda preocupação com a clara violação da Rússia à soberania ucraniana e à integridade territorial", disse a Casa Branca em um comunicado detalhado sobre a conversa.

[SAIBAMAIS]Obama disse a Putin que as ações dele eram uma "violação do direito internacional, incluindo as obrigações da Rússia presentes na Carta da ONU e seu acordo militar de 1997 com a Ucrânia". "Os Estados Unidos pedem à Rússia que reduza as tensões com a retirada de suas forças a suas bases na Crimeira e que se abstenha de interferências em qualquer lugar da Ucrânia", disse o comunicado.



Obama também alertou Putin que o povo da Ucrânia tem o direito de determinar seu próprio futuro. Putin respondeu que a Rússia tem direito de "proteger seus interesses e a população de língua russa" na Ucrânia, disse o presidente russo Vladimir Putin a seu homólogo norte-americano Barack Obama, segundo comunicado do Kremlin. Putin evocou "a verdadeira ameaça que pesa sobre a vida e a saúde dos cidadãos russos no território ucraniano" assim como "as ações criminais dos ultranacionalistas apoiados pelas atuais autoridades em Kiev".

Obama reconheceu que há profundos laços culturais entre a Ucrânia e a Rússia e que havia a necessidade de proteger os russos na ex-república soviética, mas argumentou que o jeito correto de fazer isso seria por meio do diálogo com o governo de Kiev e com observadores internacionais no local, destacados pelo Conselho de Segurança da Onu e pela Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

Obama informou a Putin que, com quem teve tensas interações públicas, que ele ordenaria diplomatas dos EUA para parar com os encontros preparatórios da reunião do G7 em Sochi, na Rússia em junho. Na sexta-feira, autoridades dos EUA e outros líderes europeus disseram que não compareceriam ao encontro enquanto a crise na Ucrânia não for resolvida.

Obama também prometeu manter as consultas com o governo interino nomeado na Ucrânia depois da expulsão do presidente pró-Rússia, Viktor Yanucovytch e a organismos como o Fundo Monetário Internacional para apoiar e mitigar o aprofundamento de sua crise econômica. Neste sábado, o presidente Obama também realizou consultas telefônicas, separadamente, com seu homólogo francês, François Hollande, e com o primeiro-ministro canadense, Stephen Harper, expressando a todos eles sua "profunda preocupação" pela intervenção russa na Ucrânia, segundo a Casa Branca.

Durante essas conversas, "os dirigentes entraram em acordo sobre o fato de que a soberania e a integridade territorial da Ucrânia devem ser respeitadas" e decidiram permanecer em estreito contato sobre este tema, informou a presidência norte-americana em um comunicado.

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