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Civis milicianos encapuzados de Simferopol cercam Parlamento da Crimeia

Civis membros de grupos improvisados de auto-defesa pró-Rússia, se dizendo investidos de uma missão de "manutenção da ordem pública" continuavam presentes nos arredores dos prédio da Assembleia Nacional



Às 9h15 (4h15 horário de Brasília), os "droujenniki" se levantaram para a troca das braçadeiras vermelhas. Estes "civis" não armados organizados em pequenos batalhões são favoráveis a um retorno da Crimeia à tutela russa. A península do Mar Negro fez parte do Império Russo a partir do final do século 18, e depois da República federativa da Rússia à época da União Soviética. A Ucrânia passou a ter o controle da região a partir de 1954. O grupo pró-russos tem o apoio de Moscou, que deu sinal verde, neste sábado, a uma eventual intervenção militar de forças russas na Crimeia, cada vez mais controlada por separatistas.

Um casal de idosos parou em frente à estátua de Lênin, no meio da imensa praça reaberta ao público no sábado após ter sido bloqueada durante dois dias pela polícia em razão da tomada da sede do governo por um grupo que colocou a bandeira russa no alto do prédio. A mulher carrega um retrato do paí da Revolução Russa de 1917. Ela grita "a Crimeia, é a Rússia", enquanto o marido, munido de uma bandeira vermelha, esbraveja aos quatro cantos: "Lênin, Stálin, morte ao fascismo".

Para os pró-russos, a equipe que assumiu o poder em Kiev após a deposição do presidente Viktor Yanucovytch é formada por "fascistas". Diante deles, cerca de 20 manifestantes portando escudos ornados com as cores da Rússia formam uma barreira impecável. Um deles levanta uma bandeira russa.

Tanta vigília tem uma razão: diante de tantas incertezas sobre a região, em Simferopol circulam rumores de quem a estátua de Lênin seria derrubada - como ocorreu em algumas partes do oeste ucraniano. "Não toquem no nosso chefe", diz um cartaz colado na base da estátua, ao lado do desenho da foice e do martelo, símbolos da falecida URSS.