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Medvedev defende legitimidade de Viktor Yanukovytch na Ucrânia

O presidente destituído pelo Parlamento reapareceu na sexta-feira na Rússia, depois de cinco dias sem dar notícias do paradeiro, e afirmou que estava decidido a retornar ao poder em Kiev

Agência France-Presse
postado em 03/03/2014 11:45
Moscou - A Rússia deseja ter relações respeitosas com a Ucrânia, mas não com o governo interino que substituiu o de Viktor Yanukovytch, que continua sendo o presidente legítimo, disse nesta segunda-feira (3/3) o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev, que advertiu contra um banho de sangue no país vizinho. "Sim, a autoridade do presidente Yanukovytch é quase insignificante, mas não apaga o direito de que, segundo a Constituição ucraniana, é o chefe de Estado legítimo", escreveu Medvedev em seu site.

[SAIBAMAIS]Yanukovytch, destituído pelo Parlamento, reapareceu na sexta-feira (28/2) na Rússia, depois de cinco dias sem dar notícias de seu paradeiro, e afirmou que estava decidido a retornar ao poder em Kiev. E a Rússia, sua aliada, está disposta a desenvolver "relações multifacetadas e respeitosas com o país irmão Ucrânia", mas não com as autoridades interinas que substituíram Yanukovytch, escreveu Medvedev.



"A Ucrânia não é para nós o grupo de pessoas que se apoderou do poder depois de ter derramado sangue" e de ter violado "a Constituição e as outras leis de seu Estado", acrescentou Medvedev. "É todo o país. Com gente de todo o tipo. Ucranianos, russos, tártaros, judeus. Comunidades diferentes que vivem em harmonia.

O primeiro-ministro também declarou que, se Yanukovytch cometeu crimes, deveria ter sido levado adiante um procedimento de destituição que respeitasse a "Constituição ucraniana". "Tudo o mais é arbitrário. Uma tomada de poder. E isso significa que esta nova ordem será muito instável. Isso culminará em um novo golpe de Estado. Um novo banho de sangue", advertiu. "A Rússia precisa de uma Ucrânia forte e estável. Um sócio solvente e confiável. E não um sócio pobre que passa todo o seu tempo mendigando", acrescentou.

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