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Rei maori rejeita encontro com príncipe William da Inglaterra

Ele considerou insuficientes os 90 minutos que os duques de Cambridge planejavam dedicar a ele durante sua visita à Nova Zelândia.

Agência France-Presse
postado em 04/03/2014 13:27
O rei maori, um ex-caminhoneiro que ocupa um trono puramente honorífico, se negou a receber o príncipe William da Inglaterra e sua esposa Kate por considerar insuficientes os 90 minutos que os duques de Cambridge planejavam dedicar a ele durante sua visita à Nova Zelândia.

O encontro entre Tuheitia Paki, venerado por sua comunidade, e o segundo na linha de sucessão à Coroa britânica, estava previsto no âmbito de um giro que o príncipe realizará em abril por Nova Zelândia e Austrália.

Coroado em 2006, o rei Tuheitia descende do primeiro rei maori, Portatau Te Wherowhero, um guerreiro designado em 1858 por várias tribos para que as representasse, assim como a rainha Victoria representava os colonos.

William, de 31 anos, havia expressado seu desejo de conversar com o rei Tuheitia no Turangawaewae marae (local de encontro) durante a visita que realizará ao arquipélago de 7 a 16 de abril.

Mas o monarca indígena recusou a proposta por considerar que os 90 minutos concedidos à cerimônia no reduto do soberano maori, na ilha do Norte, eram insuficientes para permitir uma observação correta do protocolo, explicou o primeiro-ministro neozelandês, John Key.

Pessoas próximas ao rei maori criticaram os "burocratas sem rosto" que decidiram o itinerário do príncipe William e impuseram suas condições para um eventual encontro. "O rei nunca pôde dar sua opinião", lamentou a casa real maori em um comunicado publicado em seu site, www.kiingitanga.com.

Após uma longa reflexão, "Kiingi Tuheitia" decidiu desistir de receber o neto de Elizabeth II, rainha da Inglaterra e chefe de Estado de alguns antigos domínios britânicos, entre eles Nova Zelândia e Austrália.



Há algumas semanas, o rei maori enviou ao palácio de Kensington, residência londrina de William e Kate, uma carta para explicar sua decisão, indicou o gabinete de Tuheitia Paki, sem revelar seu conteúdo devido ao segredo diplomático.

Os termos do comunicado oficial não abrem espaço para dúvidas sobre o sentimento do rei, cuja função não está inscrita na Constituição nem goza de nenhum poder legal, mas é venerado por muitos maoris. "Um ragantira (líder de alto escalão) observou que o rei e a Kiingitanga (administração) não são animais de circo" a disposição dos visitantes, afirma o comunicado.

"Tampouco estão dispostos a comprometer nossa tikanga (práticas costumeiras) para completar uma agenda fechada antecipadamente. Isso colocaria nosso rei em uma situação inaceitável", afirmou o texto.

No entanto, o comunicado matiza o tom, afirmando que o curto período de tempo previsto para a visita de William não permitiria recebê-lo com todas as honras apropriadas para seu posto.

O governo neozelandês reagiu decepcionado. "É uma decepção, o príncipe William teria gostado de ir a Turangawaewae", declarou o primeiro-ministro John Key. "Se estudar sua agenda, poderá constatar que são muito poucos os encontros que duram mais de uma hora, e menos ainda 90 minutos", acrescentou.

Depois da Nova Zelândia, William e Kate visitarão a Austrália (16 a 25 de abril), no que constitui a primeira viagem de George, nascido no dia 22 de julho de 2013 e terceiro na linha de sucessão ao trono da Inglaterra, atrás de seu pai e de seu avô, o príncipe Charles.

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