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Ucrânia ganha tempo com ajuda da União Europeia e negociações

Em Bruxelas, a Comissão Europeia apresentou um plano de ajuda de pelo menos 11 bilhões de euros para a Ucrânia

Agência France-Presse
postado em 05/03/2014 11:28
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, detém uma coletiva de imprensa sobre a situação na Ucrânia, na sede da CE em Bruxelas

Kiev -
A Ucrânia recebeu nesta quarta-feira (5/3) um respaldo econômico da União Europeia (UE), que negocia com Estados Unidos e Rússia uma solução para a região ucraniana da Crimeia, onde forças russas tomaram parcialmente o controle de duas bases de mísseis.

A Comissão Europeia (Executivo da UE) apresentou em Bruxelas um plano de ajuda de pelo menos 11 bilhões de euros para a Ucrânia, à beira da falência e muito endividada com a Rússia, que não reconhece as novas autoridades pró-ocidentais do país. A crise na ex-república soviética, independente desde 1991, será discutida nesta quarta-feira em Paris pelos chefes da diplomacia dos Estados Unidos e da Rússia, John Kerry e Serguei Lavrov, respectivamente.



O presidente russo, Vladimir Putin, preside uma reunião do governo russo na residência Novo Ogaryovo, nos arredores de Moscou

Na Crimeia, uma região com população majoritária de língua russa na Ucrânia, forças russas tomaram o controle parcial de duas bases de lançamento de mísseis, mas sem chegar aos foguetes, segundo fontes oficiais ucranianas. O presidente russo, Vladimir Putin, negou o envolvimento de tropas russas na Crimeia. Mas o presidente americano, Barack Obama, colocou em dúvida sua boa fé e afirmou que as declarações de Putin "não enganam ninguém".

Lavrov reiterou nesta quarta-feira a posição da Rússia, que atribui a tomada de edifícios oficiais na Crimeia a "forças de autodefesa" locais. "Eu gostaria que explicassem o que são as forças pró-Rússia: se são as forças de autodefesa criadas pelos habitantes da Crimeia, nós não temos nenhuma autoridade sobre elas. Não recebem nossas ordens", disse.

[SAIBAMAIS]Lavrov destacou ainda que a Rússia está decidida a proteger os cidadãos russos que vivem na Ucrânia. "Não vamos permitir um derramamento de sangue, não vamos permitir atentados contra a vida e a saúde daqueles que vivem na Ucrânia, e também dos cidadãos russos que vivem na Ucrânia", afirmou. A crise na Ucrânia se tornou mais intensa em 22 de fevereiro, com a destituição do presidente pró-Moscou Viktor Yanukovytch pelo Parlamento, após a violenta repressão das manifestações em Kiev.

A Rússia considera a situação um "golpe de Estado" e se nega a reconhecer as novas autoridades. Os protestos começaram em novembro, contra a decisão de Yanukovytch de estreitar vínculos econômicos com a Rússia, em detrimento de uma aproximação da UE.

Busca de uma saída honrosa


O governo dos Estados Unidos - que tem o apoio de França, Grã-Bretanha e Alemanha - deu sinais de que deseja propor a Putin uma saída sem perdedores para a crise, a mais grave entre o Ocidente e Moscou desde o fim da Guerra Fria. Em uma conversa telefônica, Obama e a chefe de Governo da Alemanha, Angela Merkel, concordaram com "a importância de uma redução (da tensão), com o envio de observadores internacionais" e o começo de um diálogo entre Moscou e Kiev.

Uma fonte diplomática revelou à AFP que 15 países da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE), incluindo Estados Unidos, concordaram em enviar uma missão de observadores militares a Ucrânia.

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