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Grupo de apoio ao Líbano assegura solidariedade internacional

A presença de quase um milhão de refugiados sírios em um pequeno país de quatro milhões "representa um perigo existencial que ameaça a unidade do Líbano", advertiu o presidente Suleiman

Agência France-Presse
postado em 05/03/2014 16:05
O Grupo de Apoio Internacional ao Líbano concordou nesta quarta-feira em Paris a continuar com seu apoio ao país, ameaçado pelo impacto do conflito na Síria, em resposta ao apelo à solidariedade internacional do presidente Michel Sleiman.

A presença de quase um milhão de refugiados sírios em um pequeno país de quatro milhões "representa um perigo existencial que ameaça a unidade do Líbano", advertiu Suleiman na abertura da reunião no Palácio do Eliseu.

Quase seis meses após uma primeira sessão em Nova York, os participantes afirmaram em suas conclusões que "o conflito sírio representa um fardo cada vez mais pesado para o Líbano".

Eles ressaltaram "a necessidade de continuar a prestar um apoio internacional forte e coordenado ao Líbano para ajudar o país a lidar com os problemas que afetam a sua segurança e estabilidade".



Além do fluxo de refugiados -cerca de 50.000 continuam a chegar a cada mês- o conflito na Síria também provocou uma série de atentados suicidas e assassinatos no Líbano.

O presidente francês, François Hollande, mencionou três "prioridades" nestas discussões: a ajuda aos refugiados com montantes mais elevados, o apoio à economia libanesa, especialmente por meio de um fundo gerido pelos Banco Mundial, e, por fim, o reforço ao exército libanês.

No que se refere à ajuda aos refugiados, uma conferência de doadores no Kuwait em meados de janeiro havia obtido uma promessa de ajuda de US$ 2,4 bilhões.

De acordo com uma fonte francesa, Paris já se comprometeu em doar EUR 10,4 milhões em 2014, e vai desbloquear um adicional de um milhão de euros, enquanto a Agência Francesa de Desenvolvimento vai fornecer EUR 3 milhões para organizações não governamentais.

O Fundo para o Líbano gerido pelo Banco Mundial recebeu as primeiras contribuições: 7 milhões de euros da França, 4,8 milhões da Noruega e 3 milhões da Finlândia.

Estiveram presentes na reunião os ministros das Relações Exteriores de cinco países membros permanentes do Conselho de Segurança (China, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Rússia), a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil El-Arabi e vários representantes do Banco Mundial e da ONU. Todos fazem parte do SIG.

Outros países foram convidados, como a Arábia Saudita, Alemanha, Espanha, Finlândia, Itália e Noruega, pela ajuda já oferecida ao Líbano.

[SAIBAMAIS]Riad, cuja "ajuda generosa" foi elogiada, está empenhada em fornecer três bilhões de dólares até dezembro para o exército libanês, para que possa obter armas francesas mais modernas.

A Itália deve organizar em breve uma conferência em Roma para "promover coletivamente ajuda internacional" para o exército, anunciou nesta quarta-feira, sem indicar uma data.

O encontro ocorreu em um contexto de política interna mais favorável, com a formação em meados de fevereiro de um governo, após uma crise de dez meses.

Os participantes disseram estar "prontos para trabalhar em estreita colaboração com o primeiro-ministro Tamam Salam e seu governo"

Muitos projetos financiados pela ajuda internacional estão relacionados com a retomada da atividade política no Líbano. Cerca de 720 milhões de dólares em empréstimos para o desenvolvimento, já assinados, aguardam ratificação pelo Parlamento libanês, de acordo com uma fonte diplomática.

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