Agência France-Presse
postado em 06/03/2014 19:55
Roma - "A Crimeia faz parte da Ucrânia", declarou nesta quinta-feira (6/3), em Roma, o secretário americano de Estado, John Kerry, após o parlamento desta península ucraniana anunciar um referendo sobre a adesão à Rússia, no dia 16 de março.
"Crimeia é Ucrânia e apoiamos a integridade territorial da Ucrânia", disse Kerry aos jornalistas em Roma, antes de reafirmar que o "referendo proposto viola a Constituição, a lei internacional e a soberania" ucraniana.
Os Estados Unidos "não podem deixar que a Rússia ou qualquer outro país desafie impunemente as leis internacionais", assinalou o secretário de Estado. "Mas queremos que o presidente (russo Vladimir) Putin, a Rússia e todo o mundo entendam que preferimos um retorno à normalidade".
"Tendo em conta a opinião da Ucrânia e as contribuições de nossos aliados europeus, fizemos sugestões ao ministro (russo das Relações Exteriores, Serguei) Lavrov, que serão comunicadas pessoalmente ao presidente Putin".
"Concordamos em permanecer em estreito contato para ver se há um caminho na mesa de negociações entre as partes, para poder estabilizar a situação (...), mas nos reservamos o direito de adotar medidas adicionais", advertiu Kerry.
Washington anunciou nesta quinta restrições a entrega de vistos e o congelamento de ativos de ucranianos e russos que considera responsáveis pela situação na Ucrânia, enquanto os líderes da União Europeia, reunidos em Bruxelas, suspendiam as negociações bilaterais sobre vistos.
O Parlamento da Crimeia pediu ao presidente Putin a adesão à Rússia e anunciou um referendo para o dia 16 de março.
O território é controlado desde 28 de fevereiro por forças armadas pró-Rússia.
Nesta quinta-feira, a Câmara de Representantes dos EUA aprovou a ajuda econômica prometida à Ucrânia, por 385 votos contra 23, e a medida passará agora ao Senado.
O projeto autoriza o departamento de Estado a garantir empréstimos às autoridades de Kiev, o que significa que Washington será o fiador para futuros créditos concedidos à Ucrânia.
O departamento de Estado quer garantir à Ucrânia ao menos 1 bilhão de dólares em créditos.