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Justiça francesa coloca ex-presidente sob escuta durante investigação

O político era suspeito de ter participado de um suposto financiamento de campanha eleitoral de 2007

Agência France-Presse
postado em 07/03/2014 13:00
Paris - A justiça francesa colocou sob escuta em 2013 o ex-presidente Nicolas Sarkozy, quando investigava o suposto financiamento de sua campanha eleitoral de 2007 por parte do dirigente líbio Muanmar Kadhafi, afirma o jornal Le Monde.

Como parte da investigação, "discretamente, os juízes tomam uma decisão forte: colocam sob escuta o ex-presidente e dois de seus ex-ministros do Interior, Claude Guéant e Brice Hortefeux", escreve o jornal. Segundo o advogado do ex-presidente, Thierry Herzog, citado pelo jornal Sarkozy "provavelmente continua sob escuta telefônica".



[SAIBAMAIS]O jornal menciona na reportagem outra frente aberta para Sarkozy, o caso Liliane Bettencourt, a nonagenária herdeira do grupo L;Oréal. Segundo uma fonte ligada a este caso, uma conversa telefônica entre Sarkozy e seu advogado provocou a abertura, em 26 de fevereiro, de uma investigação judicial por tráfico de influência e violação do sigilo de instrução.

Na conversa, Sarkozy, presidente de 2007 a 2012, fala com Herzog sobre um juiz da Corte de Cassação da França, Gilbert Azibert. De acordo com a fonte, os dois conversam sobre a possibilidade de contactar este juiz para descobrir detalhes da instrução do caso Bettencourt. Neste caso, aberto para investigar um possível "abuso de fragilidade", o nome de Sarkozy apareceu como possível beneficiário das doações da idosa milionária. O ex-presidente, no entanto, foi liberado do caso em outubro. Herzog disse ao jornal que "não aconteceu nenhum tráfico de influência".

Sarkozy foi acusado em março de 2013 por supostos abusos de fragilidade cometidos em detrimento de Liliane Bettencourt, em uma investigação sobre o possível financiamento ilegal de seu partido, a União por um Movimento Popular (UMP). Era suspeito de ter recebido dinheiro da multimilionária, que sofre de senilidade, segundo uma perícia médica, para financiar sua campanha presidencial de 2007.

O jornal Le Monde também afirma que depois de deixar a presidência, em maio de 2012, Nicolas Sarkozy adquiriu um segundo telefone celular, "registrado com um nome fictício", para as conversas mais delicadas. A nova revelação foi feita um dia depois do ex-presidente ter anunciado que denunciará as gravações feitas por um ex-conselheiro, Patrick Buisson

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