Agência France-Presse
postado em 07/03/2014 13:46
Pequim - A China expressou nesta sexta-feira (7/3) seu descontentamento com a visita do Dalai Lama ao Congresso americano e pediu a Washington que acabe com "qualquer conivência" com o chefe religioso tibetano no exílio e deixe de apoiar "suas atividades separatistas"."É um político no exílio envolvido há tempos em atividades separatistas antichinesas sob o pretexto da religião", declarou o porta-voz do ministério chinês das Relações Exteriores, Qin Gang, que pediu ao Congresso americano que "respeite seu compromisso de reconhecer o Tibete como parte integrante da China". O Dalai Lama pediu na quinta-feira aos Estados Unidos para defender com confiança a democracia e recebeu o apoio dos políticos americanos em sua luta para preservar a cultura tibetana.
[SAIBAMAIS]O líder religioso do Tibete no exílio, de 78 anos, que se reuniu em 21 de fevereiro com o presidente Barack Obama, provocando a ira da China, viajou novamente a Washington, onde pronunciou a oração diária que abre uma sessão do Senado. Durante uma reunião que se seguiu com os eleitos, o Prêmio Nobel da Paz elogiou os Estados Unidos, "um campeão da democracia e da liberdade". "Vocês são a nação que está à frente do mundo livre", ressaltou.
Estes "valores importam no mundo de hoje", acrescentou ele, aconselhando os Estados Unidos, "um amigo de longa data", mostrar "sua confiança". O presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, afirmou ao líder religioso o seu desejo de garantir o apoio ao Tibete de ambos os lados políticos. A líder dos democratas na Câmara, Nancy Pelosi, considerou por sua vez que "o que acontece no Tibete é um desafio à consciência do mundo".
"Um dos meus principais objetivos é o de preservar a cultura tibetana", disse o Dalai Lama, que foi acompanhado por Lobsang Sangay, eleito em 2011 primeiro-ministro dos tibetanos no exílio. O Dalai Lama indicou aos político que transferia para este último seu papel político.