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Rússia amplia presença militar na Crimeia e estuda cortar gás para Kiev

Rússia amplia presença militar na Crimeia, apoia referendo sobre anexação da península e estuda cortar gás para Kiev. Invasores pró-Moscou tentam capturar base perto de Sevastopol. Kremlin ameaça a Casa Branca

Rodrigo Craveiro
postado em 08/03/2014 08:00

Supostos soldados pró-Rússia controlam a entrada de base ucraniana em Cape of Fiolent, em Sevastopol: portões da instalação foram esmagados
Moscou praticamente triplicou a presença militar na Crimeia, às vésperas do referendo que pode decidir pela anexação da península à Rússia. Por meio de um porta-voz, Serhiy Astakhov, chefe dos guardas de fronteira da Ucrânia, afirmou à agência Reuters que o número de soldados russos subiu de 11 mil para 30 mil desde a última semana. Além do reforço no contingente, o Kremlin partiu para a ofensiva: sinalizou apoio à votação de 16 de março, ameaçou cortar a exportação de gás para Kiev e admitiu impor sanções à União Europeia, em retaliação a um pacote anunciado pelo bloco na véspera.


As tensões voltaram a escalar na volátil região. O Exército ucraniano acusou um grupo pró-russo de tentarem tomar a base de controle do espaço aéreo A2355, próxima à cidade de Sevastopol, sede da Frota do Mar Negro. De acordo com a agência russa Interfax, 100 soldados improvisaram uma barricada com os próprios corpos e defenderam a sala de comando. Os invasores, vestidos com uniforme camuflado, usaram dois caminhões militares russos para esmagar os portões da base, mas recuaram horas depois. Dois jornalistas que fotografavam o incidente foram espancados.

Um incidente envolvendo 47 militares desarmados de 25 dos 27 países-membros da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) elevou os temores em relação a um fracasso da diplomacia. Homens mascarados, armados com fuzis, bloquearam o comboio e obrigaram os monitores a retornarem para a cidade de Kerson, perto da fronteira com a Crimeia. Na véspera, a equipe já tinha sido impedida de entrar na península. O Kremlin condenou a OSCE e ressaltou que os observadores internacionais não receberam um ;convite oficial; das autoridades locais.

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