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Fotógrafo canadense morre enquanto fotografava massacre na Síria

Ali Moustafa trabalhava periodicamente na Síria desde o início de 2013, e também em Israel, nos territórios palestinos, Egito e Brasil

Agência France-Presse
postado em 10/03/2014 11:38

Beirute - O fotógrafo canadense Ali Moustafa morreu na cidade de Aleppo, norte da Síria, informaram ativistas nesta segunda-feira (10/3). Segundo uma fonte do conselho provincial de Aleppo, o jovem freelancer, que vendia as fotos às agências SIPA e EPA, morreu no domingo.

O centro de imprensa de Aleppo, ligado à oposição, também anunciou a morte. "Quatro membros da defesa civil (da oposição) em Aleppo, 10 civis morreram e dezenas ficaram feridos quando helicópteros lançaram barris de explosivos sobre Haydariye, um bairro da zona leste de Aleppo, na manhã de domingo", afirma o centro.

"O jornalista canadense morreu quando fazia fotos do massacre", completa a nota. O ministério das Relações Exteriores canadense afirmou que estava a par das informações sobre a morte de um de seus cidadãos na Síria.

[SAIBAMAIS]

A irmã do fotógrafo, Justina Rosa Botelho, confirmou sua morte no Facebook. "Espero que o mundo compreenda que meu irmão era um anjo. Estava mais preocupado com os outros do que com ele mesmo", escreveu.



Ali Moustafa trabalhava periodicamente na Síria desde o início de 2013, e também em Israel, nos territórios palestinos, Egito e Brasil. Em uma entrevista concedida ano passado, explicou que decidiu cobrir os acontecimentos na Síria, o país mais perigoso para os jornalistas, porque "não podia ignorar esta tragédia humana".

"O povo sírio se sente abandonado pelo mundo. Pede nossa solidariedade", disse. Segundo a ONG Repórteres Sem Fronteiras, antes da morte de Ali Moustafa pelo menos 27 jornalistas morreram no país e dezenas foram detidos ou sequestrados. O conflito provocou quase 140.000 mortes desde março de 2011, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

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