Caracas - Organizações estudantis venezuelana convocaram nesta terça-feira (11/3) uma mobilização para quarta-feira no centro de Caracas, quando completa um mês das manifestações contra o governo de Nicolás Maduro, que resultaram por ora em 21 mortos em todo o país.
"O movimento estudantil faz uma convocação nacional para 12 de março, com concentração na praça Venezuela, de onde marcharemos até a Defensoria do Povo", afirmou Carlos Vargas, dirigente estudantil da Universidade Católica Andrés Bello, que promove o protesto junto com outros representantes de distintos estabelecimentos de ensino.
A mobilização foi marcada para o mesmo lugar que, no sábado e segunda-feira, as forças de ordem impediram a realização de manifestações.
[SAIBAMAIS]"Apelamos à consciência dos venezuelanos para que não nos abandonem nesta luta. Por isso, convocamos os trabalhadores, as mães, os pais, os sindicalistas, os grêmios", acrescentou Juan Quintana, da Universidade Humbolt.
Para esta terça, está previsto que outros dirigentes universitário e líderes opositores realizem outras convocações para a mobilização de quarta-feira. O chanceler venezuelano Elías Jaua, por sua vez afirmou que o governo Maduro enfrentou "uma tentativa violenta de golpe", que já foi neutralizada.
"Vim representando Maduro, que, como todos sabemos, está enfrentando uma tentativa violenta de golpe que já neutralizamos", declarou aos jornalistas ao chegar no Chile, para a posse da presidente Michelle Bachelet.
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Maduro suspendeu de última hora sua viagem para participar na cerimônia de posse, na qual estará presente o vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
A Venezuela rejeitou a mediação externa por parte da Organização dos Estados Americanos (OEA), mas aceita uma reunião dos países da União Sul-americana de Nações (Unasur) para tratar da situação no país. Essa reunião de chanceleres da Unasul foi anunciada pela presidente Dilma Rousseff, que também se encontra no Chile.
"Os presidentes ordenaram a seus ministros das Relações Exteriores que celebrem uma reunião amanhã (quarta-feira) para criar uma comissão (...) para que o diálogo construa um ambiente de acordo, de consenso e de estabilidade na Venezuela", indicou Dilma, segundo um comunicado difundido nesta terça-feira pelo governo brasileiro.
Na reunião, os chanceleres analisarão os fatos de violência ocorridos na Venezuela há duas semanas devido aos protestos em favor ou contra o governo de Nicolás Maduro.
"Nós sempre vamos procurar a ordem democrática", acrescentou Rousseff. A reunião foi acertada pelos presidentes sul-americanos que chegaram ao Chile para assistir à posse da presidente Michelle Bachelet.
Em 12 de fevereiro, tiveram início os protestos estudantis contra o governo no centro de Caracas, depois das manifestações começarem na cidade de San Cristóbal - um reduto opositor no oeste do país - em 4 de fevereiro. Em seguida, os protestos se estenderam para cidades como Mérida, Valencia e Maracay.