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Kerry e Lavrov se reúnem pela última vez antes do referendo da Crimeia

Esta é a quarta reunião em uma semana entre os dois, acostumados às duras negociações nas questões iraniana e síria, para tentar encontrar uma solução à crise ucraniana

O secretário de Estado americano, John Kerry, está em reunião nesta sexta-feira (14/3) com o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, na última tentativa de flexibilizar a posição do Kremlin dois dias antes do referendo de adesão da Crimeia à Rússia.

Esta é a quarta reunião em uma semana entre os dois, acostumados às duras negociações nas questões iraniana e síria, para tentar encontrar uma solução à crise ucraniana. Mais cedo, Kerry se reuniu com o primeiro-ministro britânico, David Cameron, e o chefe da diplomacia do Reino Unido, William Hague.

[SAIBAMAIS]"Queremos que os ucranianos e os russos dialoguem. Caso isto não aconteça, teremos consequências", declarou Cameron, que reiterou a sintonia da Grã-Bretanha e da União Europeia com os Estados Unidos. "Todos temos a esperança de não estarmos em uma posição na qual sejamos obrigados a fazer tudo isto. Mas veremos o que acontece", disse Kerry, em referência às possíveis sanções contra a Rússia.

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Antes de deixar Washington na quinta-feira, Kerry advertiu que os Estados Unidos e a União Europeia estão dispostos a adotar "na segunda-feira uma série de medidas muito graves" contra Moscou em resposta ao referendo convocado para domingo na Crimeia, etapa prévia à reunificação da península à Rússia, a qual pertenceu até 1954.

O primeiro-ministro ucraniano, Arseni Yatseniuk, em um discurso no Conselho de Segurança da ONU, pediu a Moscou a retirada dos soldados enviados à península e o início das negociações. A Rússia pediu nesta sexta-feira à Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) o envio de observadores para o referendo de domingo na Crimeia. A morte, na quinta-feira, de um manifestante partidário do governo de Kiev, esfaqueado em confrontos com simpatizantes da Rússia em Donetsk, leste da Ucrânia, demonstra que a tensão não está limitada à Crimeia.