Agência France-Presse
postado em 15/03/2014 22:17
Caracas - Várias dezenas de manifestantes venezuelanos e a polícia de choque se enfrentaram neste sábado (15/3) com pedras, coquetéis molotov e gás lacrimogêneo, após mais um dia de protestos estudantis contra o governo, constatou a AFP.Como vem ocorrendo há várias semanas, um grupo de jovens fechou ruas com lixos e entulhos e removeram tampas de bueiros no centro comercial de Chacao, leste de Caracas, para onde foram pouco depois que o presidente Nicolás Maduro deu um ultimato para que deixem a praça de Altamira, outro dos pontos de protesto da capital venezuelana.
"Vou dar algumas horas para que os ;chuckies; (como se refere aos manifestantes radicais), os assassinos, se retirem da praça Altamira e da avenida Francisco de Miranda e, caso não saiam hoje, vou liberar estes espaços usando a força policial", disse Maduro num ato contra os militares no oeste de Caracas.
Pouco depois, os jovens que protestavam - muitos deles encapuzados - se deslocaram de Altamira para o centro de Chacao, onde enfrentaram a polícia por quase duas horas. A polícia tomou a zona lançando bombas de gás lacrimogêneo e usando agentes motorizados.
Alguns dos manifestantes se refugiaram nos edifícios da região, de onde jogavam pedras e garrafas contra os policiais. Enquanto isso, em Altamira, pelo menos 20 policiais motorizados circulavam pelos arredores e assumiram o controle da região.
Na sexta-feira, a polícia prendeu quase 60 manifestantes em Altamira, informou Maduro, que entre quinta e sexta-feira ordenou o endurecimento das operações contra os protestos. Os atos opositores diminuíram, mas ainda persistem em cidades como Caracas, San Cristóbal e Valencia.
Maduro disse que seguirá tomando medidas para "liberar" as zonas que seguem ocupadas por manifestantes e que o governo prepara um "plano cultural, político e judicial para liberar definitivamente a praça Altamira". "Chuckies, se preparem, pois vamos pegar vocês", alertou.
Segundo dados na procuradoria geral, os protestos deixaram 28 mortos e cerca de 400 feridos, mais de 100 detidos e 41 investigações por violação dos direitos Humanos por parte das forças policiais.