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Moradores da Crimeia vão às urnas para decidir pela anexação ou autonomia

EUA e União Europeia consideram referendo ilegítimo. Especialistas temem violência, tensão com Ocidente e separatismo

Rodrigo Craveiro
postado em 16/03/2014 08:00
Talvez ninguém ouse dizer que o polêmico referendo de hoje, na península da Crimeia, terá outro resultado. Sob a oposição de Kiev e com a anuência de Moscou, os 2 milhões de moradores da região autônoma da Ucrânia ; 60% deles de etnia russa ; vão às urnas para responder a duas perguntas: ;Você é a favor de unir a Crimeia à Rússia como parte da Federação Russa? Você é a favor de restaurar a Constituição da República da Crimeia de 1992 e manter o status da Crimeia como parte da Ucrânia?;. O que não se sabe é como os nacionalistas, o próprio governo interino do país, que acusa o pleito de inconstitucional, e o Ocidente vão reagir a uma provável anexação à nação vizinha. Apesar de prometer acatar a decisão dos crimeanos, o Kremlin espalhou uma força de 16 mil soldados pela península e tensionou a relação com a Casa Branca. Muitos ucranianos de inclinação europeia reclamam que a votação significa fazer uma escolha com uma arma apontada para a cabeça e denunciam a inexistência da manutenção do status quo atual na cédula.

Outdoor na cidade portuária de Sevastopol, sede da Frota Russa do Mar Negro:



As sanções econômicas e diplomáticas impostas pelos EUA e pela União Europeia nem de longe intimidaram o presidente russo, Vladimir Putin. Para analistas consultados pelo Correio, o referendo, que exclui a participação de 42 milhões de ucranianos, pode deflagrar provocações militares e levar a um racha entre Simferopol ; capital da Crimeia ; e Kiev. Um cenário que ampliaria a capacidade de manobras da Rússia sobre a península. Especialista em política soviética pela Universidade de Stanford, Gail Lapidus alerta que a anexação seria considerada ilegítima pela comunidade internacional. ;Ela violaria a Constituição da Ucrânia e o direito internacional, principalmente ante o fato de que o referendo foi convocado às pressas, sem consultar o governo da Ucrânia e sob ocupação militar russa.;

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