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Oposição venezuelana quer se reunir com governo para falar sobre protestos

Por causa dos protestos, o governo venezuelano iniciou jornadas para um diálogo nacional que surtiram efeito em vários setores, menos nos estudantes opositores e na coalizão opositora

Agência France-Presse
postado em 16/03/2014 17:03
Caracas - O líder opositor venezuelano Henrique Capriles admitiu neste domingo (16/3) que "está sendo discutido" com o governo a possibilidade de fazer um debate público sobre onda de protestos que afeta o país há mais de um mês, e contabiliza 28 mortos até o momento.

A possibilidade de um debate "está em discussão neste momento", disse Capriles, ao ser questionado pelo canal privado Televen sobre um eventual contato com o governo de Nicolás Maduro.

"Na próximas horas teremos uma decisão, o país merece este debate", disse Capriles, que é governador do estado de Miranda.

[SAIBAMAIS]"Tomara que consigamos realizar um debate com este governo, que o país possa ver, em rede nacional, a verdade confrontando a mentira", escreveu o opositor em sua conta Twitter algumas horas após conceder a entrevista.

Por causa dos protestos, o governo venezuelano iniciou jornadas para um diálogo nacional que surtiram efeito em vários setores, menos nos estudantes opositores e na coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), da qual Capriles faz parte.

Capriles e outros líderes da oposição se negaram a participar do diálogo nacional enquanto o governo se referir a eles como "fascistas" ou "golpistas" e continue a repressão aos protestos.


"O diálogo não é um show de televisão. Mas acredito que seria um erro não abrir espaço para dizermos as coisas isso tem muito mais valor, a oportunidade de que o país veja um debate de ideias", disse Capriles.

O governador, que perdeu as eleições presidenciais de abril de 2013 para Maduro por uma margem de 1,5 pontos, reiterou que está aberto a um diálogo "sem insultos".

No sábado, Maduro, que rejeita que os opositores imponham "condições" para estabelecer um diálogo, reiterou seu convite ao diálogo com os estudantes opositores e pediu que o MUD não aceite participar destas jornadas.

Desde 4 de fevereiro a Venezuela vive uma onda de manifestações contra a insegurança, a inflação de 56% anual, a escassez de produtos básicos, a repressão dos corpos policiais e a detenção de ativistas. Todos os dias ocorrem protestos, bloqueios de ruas e confrontos entre forças de ordem e manifestantes radicais.

Segundo dados na procuradoria geral, os protestos deixaram 28 mortos e cerca de 400 feridos, mais de 100 detidos e 41 investigações por violação dos direitos Humanos por parte das forças policiais.

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