Agência France-Presse
postado em 18/03/2014 12:21
Cairo - Um oficial da polícia egípcia foi condenado nesta terça-feira a 10 anos de prisão pala morte em agosto de 37 islamitas asfixiados por gás lacrimogêneo em um camburão policial. Três outros oficiais foram condenados a um ano de prisão com suspensão condicional da pena.Esta é a primeira vez que policiais são condenados em oito meses de uma repressão sangrenta aos partidários do presidente Mohamed Mursi, destituído pelo exército.
Desde o golpe contra o chefe de Estado islâmico, policiais e militares comandam uma campanha implacável, que causou a morte de ao menos 1.400 pessoas, em sua maioria islamitas, segundo a Anistia Internacional.
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[SAIBAMAIS]A morte dos detidos por asfixia aconteceu em 18 de agosto. Os 37 estavam em um comboio que transportava 600 prisioneiros islamitas para a prisão de Abu Zaabal, perto do Cairo.
O condenado, delegado do posto policial de Heliopolis, zona norte do Cairo, de onde o comboio partiu, foi julgado junto aos outros três acusados por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar.
O procurador concluiu que houve negligência da parte dos acusados, que ainda podem recorrer da sentença.
Sete detidos que sobreviveram foram ouvidos durante o julgamento, assim como uma especialista do ministério da Justiça, que explicou que os camburões tinham capacidade para transportar até 24 pessoas.
Após o incidente de Abu Zaabal, a polícia evocou uma tentativa de fuga para justificar as mortes, enquanto os partidários de Mursi denunciaram o caso como assassinato.