Agência France-Presse
postado em 18/03/2014 15:29
Londres - O ex-presidente da Concacaf, Jack Warner, e parentes teriam recebido cerca de 1,43 milhão de euros de uma empresa catariana do ex-presidente da Confederação Asiática Mohamed Bin Hammam, ligado à organização da Copa do Mundo de 2022 no Catar, revelou nesta terça-feira (18/3) o Daily Telegraph.Em mais uma acusação de compra de votos para atribuição do Mundial ao Catar, o jornal britânico diz ter tido acesso a documento que comprovam que Warner, que renunciou ao cargo de vice-presidente da Fifa em junho de 2011, teria recebido 860 mil euros e seu filho 540 mil, logo depois da polêmica escolha da sede da competição, em dezembro de 2010.
[SAIBAMAIS]Na época, o catariano Bin Hammam comandava a Confederação Asiática. No ano seguinte, ele se candidatou contra Joseph Blatter à Presidência da Fifa e acabou desistindo de concorrer depois de ter sido banido do futebol por ter sido considerado culpado de corrupção pelo comitê de ética da entidade.
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O Daily Telegraph explica que outro documento, do dia 15 de janeiro de 2010, enviado pela Jamad, uma das empresas de Warner, à Kimco, empresa de Bin Hammam, cobrou o valor de 1,43 milhões por "trabalhos" realizados entre 2005 e 2010, explicando que o montante poderia ser "depositado na conta de Jack Warner". Uma parte dos fundos teria sido depositada em um banco de Nova York, levando o FBI a abrir uma investigação sobre Warner.
Warner, de Trinidad e Tobago, era presidente da Concacaf por mais de 30 anos quando renunciou ao cargo em 2011, acusado de subornar delegados de federações caribenhas para que votassem em Bin Hammam na eleição para presidente da Fifa.
O dirigente e sua família não comentaram as afirmações do Daily Telegraph. Um porta-voz do Comitê Organizador da Copa do Catar-2012, citado pelo jornal, assegura que "a candidatura seguiu à risca o código de ética da Fifa".
"O comitê organizador e os dirigentes que lançaram a candidatura não estão sabendo nada sobre alegações que dizem respeito a acordos econômicos entre pessoas físicas", explicou esta fonte ao jornal.
Um porta-voz da Fifa disse à AFP que a instituição não tinha "comentários a fazer" sobre o assunto, lembrando, porém, que "qualquer prova de um eventual delito pode ser submetido à câmara de investigação do comitê de ética independente da Fifa".