Agência France-Presse
postado em 18/03/2014 19:27
Pompeia - O roubo de um fragmento de um afresco histórico em Pompeia, cidade sepultada pelo vulcão Vesúvio, gerou indignação na Itália, pelo abandono de um de seus maiores tesouros arqueológicos.O saque ocorreu em um local fechado ao público, na chamada Casa de Netuno, onde a vigilância é menor. O fragmento, que tinha 20 centímetros de diâmetro e retrava os deuses greco-romanos Apolo e Artemis, foi arrancado com um cinzel, explicou a superintendência arqueológica da cidade, que estima que a obra foi gravemente danificada.
O caso foi descoberto por um vigia em 12 de março, mas foi mantido em segredo a pedido dos investigadores, que estão interrogando todos os funcionários do complexo arqueológico.
O professor Umberto Pappalardo, especialista em Arqueologia, descartou a hipótese de roubo realizado com o objetivo de vender o artefato.
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"Foram deliquentes locais. Vender essa peça será muito difícil", explicou à AFP. O novo superintendente de Pompeia, Massimo Osanna, assegurou que estão sendo empregados todos os mecanismos para buscar a obra, e que a vigilância do local foi reforçada.
Problemas burocráticos
As condições em que se encontra o imenso parque arqueológico, palco de diversos desmoronamentos nos últimos anos, foram classificadas como "uma vergonha" para a Itália pelo jornal "Il Messaggero".
As célebres ruínas, um dos lugares mais visitados do país, permitem que os historiadores tenham um quadro exato da vida romana no século I. A cidade foi sepultada pelo Vesúvio no ano 79.
"Pompeia está morrendo por negligência e burocracia", na opinião de Andrea Marcucci, presidente da comissão de Cultura do Senado.
Há três anos desmoronamentos têm chamado a atenção para a manutenção precária do parque.
Segundo o jornal "Il Corriere della Sera", um dos maiores problemas é elaborar projetos que respeitem os critérios exigidos pela União Europeia. Dos 105 milhões de euros aprovados para recuperar Pompeia, só foram investidos 558.000, o que corresponde a 0,56%, segundo dados do jornal.