Agência France-Presse
postado em 19/03/2014 18:46
Nova York - Um genro de Osama Bin Laden testemunhou inesperadamente nesta quinta-feira (19/3) em seu julgamento em Nova York e negou as acusações de planejar matar americanos.
Casado com Fatima, filha de Bin Laden, Suleiman Abu Ghaith não era esperado para testemunhar no caso, em que é acusado de conspirar para matar americanos, conspirar para apoiar e apoiar terroristas.
O kuwaitiano de 48 anos pode ser condenado à prisão perpétua, se for considerado culpado pelo júri. A decisão deve ser divulgada em alguns dias. Abu Ghaith é o suposto membro da Al-Qaeda de mais alto escalão a ser julgado em uma corte federal americana, e não em Guantánamo.
Falando em árabe e traduzido por um intérprete, Abu Ghaith também negou ter tentado recrutar membros para a Al-Qaeda, como os promotores haviam sustentado. "Não há nenhum recrutador, além de Osama Bin Laden. Minha intenção não era recrutar ninguém", afirmou.
Ao ser questionado por seu advogado se já teve a intenção de matar americanos, ele respondeu que não. "Minha intenção era entregar uma mensagem em que eu acreditava", explicou, denunciando a opressão aos muçulmanos.
[SAIBAMAIS]Apresentando-se como um imã - autoridade religiosa do Islamismo -, ele contou que viajou ao Afeganistão em 2001 para "conhecer o novo governo islâmico". Disse ainda que queria "ensinar e pregar", o que não conseguiu fazer. Abu Ghaith admitiu ter gravado vídeos a pedido de Bin Laden, que o convocou depois de saber que ele era um imã kuwaitiano. O suspeito, que perdeu a nacionalidade do Kuwait após os atentados do 11 de Setembro, em 2001, garantiu que nunca se encontrou com Richard Reid.
O britânico Reid tentou explodir um voo entre Paris e Miami três meses depois do ataque e hoje cumpre uma sentença de prisão perpétua nos Estados Unidos. Ele é acusado de ter participado do planejamento do atentado.
Abu Ghaith se tornou conhecido por aparecer junto de Bin Laden e do atual líder da Al-Qaeda, Ayman al-Zawahiri, em vídeos de propaganda da organização, depois dos ataques do 11 de Setembro.