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Guerrilha das Farc critica destituição de prefeito de Bogotá

O chefe negociador das Farc Iván Márquez considerou o ato como um golpe

Agência France-Presse
postado em 20/03/2014 12:57
Havana - A guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias Colômbia (Farc) criticou nesta quinta-feira (20/3) a destituição do prefeito de Bogotá, Gustavo Petro, alegando que isso "afeta de maneira grave a confiança nos diálogos de paz". As negociações com o governo colombiano foram recentemente reiniciadas em Havana.

"Queremos dizer que deploramos a absurda decisão política do presidente (Juan Manuel Santos), que tomou a prefeitura de Bogotá em um verdadeiro golpe", afirmou à imprensa o chefe negociador das Farc Iván Márquez. Segundo ele, o afastamento de Petro "afeta de maneira grave a confiança" na mesa negociações de paz.

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, anunciou na quarta-feira a destituição do prefeito de Bogotá, o ex-guerrilheiro Gustavo Petro, depois de rejeitar as medidas cautelares em favor do político expedidas pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

Petro reagiu à decisão convocando uma "greve geral", em discurso pronunciado do balcão do seu gabinete na Prefeitura. O prefeito advertiu sobre o efeito negativo que sua saída terá no processo de paz negociado entre o governo Santos e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), uma guerrilha comunista que busca a participação política.



Santos destacou que decidiu decretar a saída de Petro a pedido da Procuradoria, o órgão responsável por sancionar os funcionários públicos na Colômbia. A destituição do prefeito foi solicitada em dezembro.

Figura da esquerda colombiana, o prefeito, de 53 anos, foi destituído e considerado politicamente inelegível por 15 anos. A origem foi uma polêmica reforma do sistema de coleta de lixo que, na avaliação do procurador Alejandro Ordóñez, afetou a livre concorrência, ao transferir para uma empresa pública o controle desse serviço, então nas mãos de concessionárias privadas.

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