Agência France-Presse
postado em 21/03/2014 12:13
O Tribunal Constitucional da Tailândia invalidou nesta sexta-feira (21/3) as eleições legislativas celebradas em 2 de fevereiro, o que deixa em uma posição muito delicada a primeira-ministra Yingluck Shinawatra depois de meses de protestos nas ruas.
"As eleições de 2 de fevereiro não são válidas", declarou à imprensa um porta-voz do Tribunal.
Essas eleições, convocadas por Yingluck em uma tentativa de apaziguar os ânimos e o descontentamento da população, não puderam ser concluídas devido ao boicote e interrupções dos manifestantes. O porta-voz disse que os juízes do tribunal, que adotaram esta decisão por seis votos a favor e três contra, se basearam no fato de que a votação não foi realizada no mesmo dia em todo o país.
Os opositores impediram o acesso dos candidatos às zonas de votação e fecharam cerca de 10% dos colégios eleitorais. O principal partido da oposição, o Partido Democrata, boicotou as eleições. A primeira-ministra e o partido no poder, Puea Thai, estão ameaçados por uma série de diligências judiciais de todos os tipos empreendidas pelos opositores que não perdem a esperança de derrubar o governo.
A decisão do tribunal supõe uma vitória para os opositores ao governo, em particular para o Partido Democrata. Esta decisão deixa em uma posição cada vez mais difícil o governo, que se limita a despachar os assuntos correntes na ausência de um novo parlamento. E apesar dos protetos que deixaram 23 mortos e centenas de feridos, não parece haver uma saída política. Os atores políticos esperavam por esta decisão para poder forçar a premiê a renunciar.
A oposição, que não vence uma eleição há 20 anos, diz que a primeira-ministra é uma marionete de seu irmão, Thaksin, primeiro-ministro vítima de um golpe de Estado em 2006, acusado de prosseguir com sua corrupção generalizada.