postado em 21/03/2014 12:17
Um grupo de rebeldes assumiu o controle de uma pequena localidade do norte do Iraque, enquanto 27 pessoas, entre elas 10 policiais, morreram em ataques pelo país, segundo fontes da segurança e médicas. Esses novos episódios de violência, que também fizeram mais de 50 feridos e atingiram regiões de maioria sunita no norte e oeste do país, ocorrem a pouco mais de um mês das eleições legislativas de 30 de abril. As autoridades lutam para interromper o ciclo de violência, o pior desde 2008, que já fez mais de 2.000 mortes este ano. Os ataques têm sido cometidos principalmente por insurgentes sunitas, alimentados pelo conflito na vizinha Síria e pelo descontentamento da minoria sunita no Iraque, que se sente discriminada pelas forças de segurança e o governo dominado por xiitas. Na província de Salaheddin, insurgentes lançaram ataques coordenados no povoado de Sarha, que foi controlado por volta do meio dia (06H00 no horário de Brasília), segundo o general Abdelamir al-Zaidi e Shallal Abdul, prefeito da cidade vizinha de Tuz Khurmatu.
Também foram registrados confrontos na região de Sarha entre combatentes anti-governo e a polícia, de acordo Shallal Abdul. Pouco tempo depois, um homem-bomba em um caminhão acionou sua carga explosiva perto de uma base militar, onde a polícia e o exército realizavam uma reunião importante, segundo a mesma fonte. Onze pessoas, incluindo dois policiais e dois soldados, morreram e outros cinco ficam feridos. Sarha se encontra perto da cidade de Sulaiman Bek, alvo habitual dos rebeldes no ano passado.
A situação em Suleiman Bek, ainda que em uma escala menor, é a mesma que prevalece na província predominantemente sunita de Al-Anbar, a oeste de Bagdá, onde jihadistas, insurgentes e membros de tribos anti-governo tomaram a cidade de Fallujah e bairros de Ramadi no início de janeiro. Em outros locais na província de Salaheddin, cinco policiais foram mortos e cinco feridos no ataque a um posto de controle na entrada da Samarra, enquanto três outros agentes da polícia morreram na explosão de uma bomba colocada perto de sua patrulha em Siniyah.
Na província vizinha de Kirkuk, mais ao norte, duas pessoas morreram e 26 ficaram feridas em um atentado duplo. Em Al-Anbar, um suicida detonou sua carga explosiva durante um funeral em uma mesquita em Ramadi, matando seis pessoas.
[SAIBAMAIS]Na quinta-feira (20/3), ataques que deixaram oito mortos marcaram o aniversário da invasão do país pelos Estados Unidos há 11 anos. No dia anterior, uma onda de violência deixou cerca de 50 mortos. As autoridades lutam para interromper o ciclo de violência, o pior desde 2008, que já fez mais de 2.000 mortes este ano, a poucas semanas das eleições parlamentares marcadas para 30 de abril.
Os ataques têm sido cometidos principalmente por insurgentes sunitas, alimentados pelo conflito na vizinha Síria e pelo descontentamento da minoria sunita no Iraque, que se sente discriminada pelas forças de segurança e o governo dominado por xiitas. Em 20 de março de 2003, uma coalizão liderada pelos Estados Unidos invadiram o Iraque e derrubaram o então presidente Saddam Hussein, que foi, então, condenado à morte e executado pela justiça iraquiana.
A presença por mais de oito anos, até dezembro de 2011, das forças internacionais não impediu os ataques quase diários realizados principalmente por grupos ligados à Al-Qaeda e os confrontos sectários (2006-2007), que fizeram dezenas de milhares de mortos. Após a partida das tropas americanas, a violência não parou de aumentar desde o início de 2013, em meio a uma crise política marcada por acusações de nepotismo e despotismo contra o primeiro-ministro Nuri al-Maliki.