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Conselho Europeu anuncia plano para reduzir dependência energética

Reduzir a dependência energética foi o "tema central" da cúpula do bloco em Bruxelas

Agência France-Presse
postado em 21/03/2014 17:03
Beuxelas - Os líderes da União Europeia, reunidos em Bruxelas para uma cúpula, concordam nesta sexta-feira (21/3) em acelerar a redução de sua dependência energética, principalmente da Rússia, após a anexação da península ucraniana da Crimeia à Federação Russa.

Reduzir a dependência energética foi o "tema central" da cúpula do bloco em Bruxelas, e os chefes de Estado e Governo da UE "pediram à Comissão Europeia um plano de ação concreto para o mês de junho", declarou o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy.

Van Rompuy alertou que se os 28 não agirem agora, em 2035 o bloco será dependente em 80% das importações de petróleo e gás.

Quase um quarto do gás consumido atualmente na União Europeia (UE) vem da Rússia, índice em baixa se comparado com o do início de 2000.

"A Europa tem de acelerar essa taxa para reduzir sua dependência", insistiu o presidente do Conselho. "Temos de avançar para uma união energética", 64 anos após o nascimento da Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA), precursora da União Europeia (UE).

O plano deverá incluir medidas como a redução do consumo, a diversificação das fontes, o desenvolvimento de energias sustentáveis e melhores conexões para acabar com a dependência de alguns Estados membros até 2030.

Esses projetos, contudo, requerem tempo e muito investimento em tempos de crise. Van Rompuy indicou que os líderes esperavam ter um mercado energético em 2014, e tomar ações concretas sobre as interconexões para 2015.

O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, defendeu na cúpula o projeto do gasoduto Midcat, que ligará o Magrebe à França via Espanha, cuja realização foi recentemente adiada.

"Para o governo espanhol o importante é um compromisso firme sobre as interconexões", disse Rajoy em uma entrevista coletiva.

Ele acrescentou que "vai acelerar o uso de fundos europeus para financiar infraestruturas". "Um mercado mais integrado e interconectado é essencial. As conclusões (da cúpula) refletem os interesses manifestados pela Espanha", acrescentou.

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A Espanha produz mais do que o dobro da energia consumida, mas faltam interconexões que permitam vendê-la, lembrou Rajoy.

Para um pequeno grupo de países do bloco - Finlândia, Polônia, Hungria, Eslováquia, Bulgária e as repúblicas bálticas - a companhia estatal russa Gazprom - que exporta 53% de seu gás à UE - é a única fornecedora.

Os mais vulneráveis são os países bálticos - Lituânia, Letônia e Estônia. Apesar de serem membros da UE desde 2004, sua infraestrutura de gás natural é herança da era soviética, quando a região era abastecida em sua totalidade pelo monopólio estatal, e esses países não têm um gasoduto que os conecte com o restante da UE.

As nações bálticas temem que uma escalada nas sanções europeias contra a Rússia após a anexação da Crimeia tenha reflexos em seu fornecimento de gás.

O primeiro-ministro britânico David Cameron declarou que os países da UE devem fazer mais para desenvolver suas reservas e sua capacidade para utilizar o gás de produtores estrangeiros, incluindo Estados Unidos.

"Precisamos assegurar a capacidade da UE de importar gás de xisto", acrescentou Cameron, que defendeu a inclusão desta questão no Tratado de Associação Transatlântica para o Comércio e o Investimento (TTIP), o futuro acordo comercial entre a UE e os Estados Unidos.

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