Ancara - O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, advertiu neste domingo que a resposta da Turquia será poderosa em caso de violação de seu espaço aéreo pela Síria. A ameaça foi feita por Erdogan durante um ato eleitoral, no qual felicitou as forças turcas por terem abatido um avião militar sírio perto da fronteira entre Turquia e Síria. "Parabenizo o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas e os valorosos pilotos... Saúdo nossas forças aéreas", declarou o chefe de governo.
A Síria denunciou neste domingo uma "agressão flagrante", acusando a Turquia de ter abatido um de seus aviões militares na região fronteiriça de Kassab, no noroeste do país. As Forças Armadas turcas indicaram que haviam feito advertências em "quatro oportunidades" a dois caças MIG-23 sírios para que mudassem seu trajeto, e que chegaram a deslocar seus F-16, quando uma das aeronaves se recusou a obedecer.
[SAIBAMAIS]"Apesar as advertências, o segundo avião sírio entrou no espaço aéreo turco às 11h13 GMT (08h13 de Brasília), percorreu cerca de um quilômetro, assumiu a direção oeste e continuou por 1,5 quilômetro em nosso espaço aéreo", indicaram o Exército turco em seu site. "Um dos aviões de combate F-16 disparou um míssil contra o avião sírio às 11h14 GMT (08h14 de Brasília) e o avião caiu em território sírio na região de Kassab, a 1.200 metros da fronteira", acrescentou.
O presidente turco, Abdullah Gül, ligou para o chefe do Estado-Maior, general Necdet Ozel, para felicitá-lo. "A Turquia mostrou sua determinação em proteger suas fronteiras", considerou Gul, citado pela imprensa local. O presidente do Parlamento, Cemil Cicek, declarou que a Turquia tinha agido em conformidade com o direito internacional.
De acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, a defesa aérea turca atingiu o caça sírio no momento em que essa aeronave bombardeava setores na província de Latakia, no norte da Síria.
Caças turcos tinham abatido no ano passado um helicóptero sírio que, segundo Ancara, havia entrado dois quilômetros no espaço aéreo turco. A Turquia modificou suas normas de defesa depois que um de seus aviões de combate foi abatido pela Força Aérea síria em junho de 2012. Abertamente hostil ao regime de Damasco, a Turquia abriga mais de 750.000 refugiados sírios em campos ao longo da fronteira.