Agência France-Presse
postado em 24/03/2014 08:13
Paris - A extrema direita registrou um forte avanço nas eleições municipais do último domingo na França, nas quais a esquerda sofreu um duro retrocesso e a direita, um discreto progresso. Segundo dados provisórios anunciados pelo ministro do Interior, Manuel Valls, a direita francesa obteve 46,54% dos votos; a esquerda, 37,74%, e a extrema-direita, 4,65%, ao final do primeiro turno.
O índice de abstenção registrado foi de 38,72%, segundo os últimos dados do ministério do Interior, o maior resultado em eleições municipais, após a apuração de mais de 22,5 milhões de votos. "Esta abstenção é alta demais. Sem dúvida é uma mensagem que os cidadãos nos enviaram. É preciso ouvi-lo. O conjunto das autoridades públicas e políticos deve ouvi-lo", declarou Valls. Ainda segundo os resultados provisórios, a extrema-esquerda obteve 0,58% dos votos no primeiro turno.
Mais cedo, pesquisa de opinião do instituto BVA para o jornal Le Parisien havia indicado que a direita teria, em média, 48% dos votos no primeiro turno nas cidades com mais de 3.500 habitantes, e a esquerda, 43%.
Segundo consultas, a candidata da direita Nathalie Kosciusko-Morizet (UMP) lideraria a disputa crucial pela prefeitura de Paris, à frente da socialista Anne Hidalgo. O resultado, contrário ao antecipado pelas pesquisas prévias às eleições, representou um duro revés para os socialistas. Segundo a CSA, Kosciusko-Morizet, ex-porta-voz de Nicolas Sarkozy, teria 35,8% dos votos. De acordo com o Ipsos, o resultado seria de 34,8-33,6%, também a favor da candidata da direita.
A Frente Nacional (extrema direita) teria, segundo o BVA, 7% dos votos em nível nacional, encabeçando o escrutínio em várias cidades de médio porte como Perpignan, Avignon, Béziers e Fréjurs, no sul, e Forbach no norte. O candidato do FN Steeve Briois se elegeu diretamente no primeiro turno, com 50,26% dos votos, para chefiar a prefeitura de Henin-Beaumont, reduto simbólico do movimento de extrema direita, segundo resultados oficiais definitivos.
A presidente da Frente Nacional, Marine Le Pen, que se referiu ao resultado como "inesperado", comemorou a "colheita excepcional" conseguida por seu partido e "o fim da bipolarização da vida política francesa". O porta-voz do Partido Socialista (PS), David Assouline, criticou a "alta importante e inquietante" da extrema direita. O presidente da UMP, Jean-François Copé, assegurou que as condições para uma "grande vitória" do partido de direita estavam reunidas com vistas ao segundo turno de 30 de março. "É capital que aquelas e aqueles que votaram na Frente Nacional para expressar sua ira e exasperação contra a esquerda deem seus votos aos candidatos da UMP no segundo turno", disse Copé. A UMP anunciou que não fará aliança com a FN.
Bofetada para a esquerda
As eleições foram marcadas por uma forte abstenção, ao redor de 35%, segundo as pesquisas. Tratou-se do primeiro teste eleitoral importante desde a chegada ao poder do socialista François Hollande, há quase dois anos. "A bofetada antecipada chegou efetivamente para a esquerda", avaliou Gael Sliman, diretor do instituto BVA, que divulgou a pesquisa de boca-de-urna. Um total de 44,8 milhões de eleitores, entre eles 280 mil cidadãos de outros países da União Europeia, estavam habilitados a votar nestas eleições tradicionalmente dominadas por questões locais e às quais se apresentaram 930 mil candidatos.
A reta final da campanha foi monopolizada pela polêmica das escutas telefônicas feitas por ordem judicial contra o ex-presidente Nicolas Sarkozy (UMP, direita), cujo conteúdo vazou na imprensa. Implicado em várias ações na Justiça, Sarkozy se defendeu comparando a França a uma ditadura, o que o presidente François Hollande qualificou de "intolerável".
O episódio ocorreu depois de três semanas difíceis para a UMP em virtude de vários escândalos de corrupção, da revelação de gravações secretas feitas pelo ex-conselheiro de Sarkozy, Patrick Buisson, e o caso das escutas contra o ex-presidente que parecem confirmar as acusações de obstrução da justiça feitas contra ele. Mas a esquerda não se isentou de escândalos em suas próprias fileiras no ano passado e a Frente Nacional (extrema direita) parece ter tirado proveito do descrédito da classe política tradicional.
Mais cedo, pesquisa de opinião do instituto BVA para o jornal Le Parisien havia indicado que a direita teria, em média, 48% dos votos no primeiro turno nas cidades com mais de 3.500 habitantes, e a esquerda, 43%.
Segundo consultas, a candidata da direita Nathalie Kosciusko-Morizet (UMP) lideraria a disputa crucial pela prefeitura de Paris, à frente da socialista Anne Hidalgo. O resultado, contrário ao antecipado pelas pesquisas prévias às eleições, representou um duro revés para os socialistas. Segundo a CSA, Kosciusko-Morizet, ex-porta-voz de Nicolas Sarkozy, teria 35,8% dos votos. De acordo com o Ipsos, o resultado seria de 34,8-33,6%, também a favor da candidata da direita.
A Frente Nacional (extrema direita) teria, segundo o BVA, 7% dos votos em nível nacional, encabeçando o escrutínio em várias cidades de médio porte como Perpignan, Avignon, Béziers e Fréjurs, no sul, e Forbach no norte. O candidato do FN Steeve Briois se elegeu diretamente no primeiro turno, com 50,26% dos votos, para chefiar a prefeitura de Henin-Beaumont, reduto simbólico do movimento de extrema direita, segundo resultados oficiais definitivos.
A presidente da Frente Nacional, Marine Le Pen, que se referiu ao resultado como "inesperado", comemorou a "colheita excepcional" conseguida por seu partido e "o fim da bipolarização da vida política francesa". O porta-voz do Partido Socialista (PS), David Assouline, criticou a "alta importante e inquietante" da extrema direita. O presidente da UMP, Jean-François Copé, assegurou que as condições para uma "grande vitória" do partido de direita estavam reunidas com vistas ao segundo turno de 30 de março. "É capital que aquelas e aqueles que votaram na Frente Nacional para expressar sua ira e exasperação contra a esquerda deem seus votos aos candidatos da UMP no segundo turno", disse Copé. A UMP anunciou que não fará aliança com a FN.
Bofetada para a esquerda
As eleições foram marcadas por uma forte abstenção, ao redor de 35%, segundo as pesquisas. Tratou-se do primeiro teste eleitoral importante desde a chegada ao poder do socialista François Hollande, há quase dois anos. "A bofetada antecipada chegou efetivamente para a esquerda", avaliou Gael Sliman, diretor do instituto BVA, que divulgou a pesquisa de boca-de-urna. Um total de 44,8 milhões de eleitores, entre eles 280 mil cidadãos de outros países da União Europeia, estavam habilitados a votar nestas eleições tradicionalmente dominadas por questões locais e às quais se apresentaram 930 mil candidatos.
A reta final da campanha foi monopolizada pela polêmica das escutas telefônicas feitas por ordem judicial contra o ex-presidente Nicolas Sarkozy (UMP, direita), cujo conteúdo vazou na imprensa. Implicado em várias ações na Justiça, Sarkozy se defendeu comparando a França a uma ditadura, o que o presidente François Hollande qualificou de "intolerável".
O episódio ocorreu depois de três semanas difíceis para a UMP em virtude de vários escândalos de corrupção, da revelação de gravações secretas feitas pelo ex-conselheiro de Sarkozy, Patrick Buisson, e o caso das escutas contra o ex-presidente que parecem confirmar as acusações de obstrução da justiça feitas contra ele. Mas a esquerda não se isentou de escândalos em suas próprias fileiras no ano passado e a Frente Nacional (extrema direita) parece ter tirado proveito do descrédito da classe política tradicional.