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Papa Francisco quer defesa do modelo cristão de casamento na África

O pontífice pediu ao clero africano que "rejeite o mundanismo e as ânsias de carreira", ao destacar que o "sacerdócio não é um meio de ascensão social"

Agência France-Presse
postado em 24/03/2014 12:57
Cidade do Vaticano - O papa Francisco pediu nesta segunda-feira (24/3) aos bispos africanos que promovam o "modelo cristão" do casamento ante a poligamia e as uniões mistas de católicos com muçulmanos e animistas, muito frequentes no continente. Diante de três bispos da Guiné que visitam o Vaticano, Francisco falou pela primeira vez de como encara os desafios do catolicismo na África.

Francisco elogiou os religiosos que
"Eu os incentivo a apoiar as famílias cujo modelo cristão deve ser proposto e a que vivam sem ambiguidade, frente a uma poligamia que continua extensa", assim como os matrimônios com não batizados "cada vez mais frequentes" na África, escreveu o papa em uma carta entregue aos bispos. Francisco elogiou os religiosos que "cumprem, geralmente em uma situação de grande pobreza", uma "verdadeira evangelização pelos atos", "dando testemunho autêntico da ternura de Deus [...] com os mais pobres e os mais frágeis".

Ao mesmo tempo, o papa pediu ao clero africano que "rejeite o mundanismo e as ânsias de carreira", ao destacar que o "sacerdócio não é um meio de ascensão social". Algumas famílias enviam seus filhos ao seminário pensando que com isto o futuro está garantido, recordou. Francisco também mencionou a questão do celibato, ao afirmar que os futuros sacerdotes devem ser formados com a consciência desde o seminário "para enfrentar na verdade as exigências do celibato eclesiástico, e ter a relação adequada com os bens materiais".



O clero africano se viu envolvido em escândalos relacionados com seu modo de vida. No entanto, cada vez mais bispos, nomeados sobretudo por Bento XVI, estão rompendo com estas práticas. O papa argentino também convidou os bispos a prosseguir com o diálogo com os muçulmanos. Ele disse que é preciso "aprofundar as relações, aprendendo mutuamente a aceitar formas diferentes de ser, de pensar e de expressão".

Também criticou as seitas "que aproveitam a pobreza e a credulidade das pessoas para propor soluções fáceis, mas ilusórias". Nos últimos anos proliferaram por todo o continente grupos pentecostais que prometem curas e milagres de todo tipo em troca de dinheiro.

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