Agência France-Presse
postado em 24/03/2014 17:20
Ibadan - Cerca de 50 pessoas provocaram distúrbios nesta segunda-feira (24/3) na Nigéria em frente a uma casa abandonada chamada de "casa do terror", na qual foram encontrados vários esqueletos e corpos em decomposição. Pelo menos vinte pessoas ficaram feridas e 12 veículos, danificados quando a polícia impediu a passagem de 50 pessoas armadas com paus e facões que queriam entrar na propriedade, situada no sudoeste da cidade de Ibadán.Depois da macabra descoberta, no sábado (22/3), as autoridades isolaram a casa em ruínas de um andar, cercada de ervas daninhas, de carcaças enferrujadas de pelo menos cinco tratores e de outros veículos.
A polícia até o momento não apresentou uma hipótese, mas os vizinhos suspeitam que rituais de magia negra tenham sido praticados. Pelo menos 15 pessoas algemadas foram encontradas no interior da casa, segundo a imprensa, e várias muito desnutridas foram vistas perambulando pela floresta próxima à casa.
"Queremos resgatar nossa gente que continua lá e que pede ajuda. Mas a polícia nos diz que não e isso nos enfurece", indicou à AFP um dos manifestantes em frente à casa. Uma mulher explicou que uma testemunha viu um integrante de um grupo local atirar na barriga de outro homem, mas não havia informação sobre seu estado de saúde.
A descoberta da casa do terror foi feita após o alerta de um grupo de motociclistas que perderam alguns de seus membros e que afirmaram que eles poderiam ter sido sequestrados. Frequentemente as vítimas de sequestros na Nigéria são torturadas ou sacrificadas em rituais de magia negra, e a imprensa local informou a respeito da venda de partes de corpos humanos em diferentes pontos do país.
O cheiro de morte e uma nuvem de moscas obrigava aqueles que se aventuravam no interior da casa a cobrir a boca e o nariz com uma máscara, indicou um jornalista da AFP.
Vizinhos acreditavam que a casa, situada a um quilômetro da estrada que leva a Lagos, era o escritório de uma empresa do setor da construção. No interior foram encontrados 50 sacos de cimento solidificado.
"Há algum tempo notamos movimentos na área e alertamos as forças de segurança, mas elas não reagiram", disse a líder comunitária local, Isiaka Bello.
O governador do Estado de Oyo, Abiola Ajumobi, visitou nesta segunda o local e garantiu que os responsáveis não ficarão impunes.