Agência France-Presse
postado em 25/03/2014 13:34
Freetown - Dois casos suspeitos de febre do ebola foram detectados em Serra Leoa, país vizinho da Guiné, onde esta febre hemorrágica deixou dezenas de mortos, anunciou nesta terça-feira (25/3) o ministério da Saúde. Na segunda-feira "recebemos informação de dois casos suspeitos no distrito de Kambia (norte), na fronteira com a Guiné", declarou à imprensa uma fonte do ministério. Os casos não foram confirmados, acrescentou.[SAIBAMAIS]Na Guiné as autoridades redobram os esforços para tentar evitar que a epidemia de febre de ebola se propague e chegue aos países vizinhos. Na segunda-feira, a epidemia chegou à Libéria, onde cinco pessoas morreram e outra sofre com uma febre hemorrágica que pode ter sido provocada pelo vírus do ebola. Por sua vez, na segunda-feira, no Canadá, foi hospitalizada uma pessoa proveniente do oeste da África que apresentava sintomas "de uma febre hemorrágica, como a que o vírus do ebola provoca".
Desde janeiro e até 23 de março, ao menos 61 pessoas morreram na Guiné devido à febre hemorrágica e em muitos dos casos se confirmou que se tratava do vírus do ebola, um dos mais fatais e contagiosos, contra o qual não existe nenhum remédio ou vacina. Das 45 amostras analisadas pelo instituto Pasteur na França e no Senegal, 13 resultaram ser casos de ebola. A epidemia foi declarada nas regiões do sul da Guiné, fronteiriças com Costa do Marfim, Libéria e Serra Leoa.
Os países fronteiriços da Guiné, entre eles Mali, Senegal, Serra Leoa e Costa do Marfim, reativaram os sistemas de vigilância epidemiológica. "Estamos preocupados. A doença pode viajar facilmente. Os animais transmissores não conhecem fronteiras", declarou Simplice Dagnan, diretor-geral do instituto de higiene da Costa do Marfim. Na África, a infecção foi observada depois da manipulação de animais mortos encontrados na selva tropical, indicaram as autoridades locais. Posteriormente o vírus se propaga entre as pessoas através de contatos diretos com o sangue, as secreções, os órgãos ou os líquidos biológicos dos doentes.
A taxa de mortalidade das febres hemorrágicas pode chegar a 90%, lembra Dagnan. A única forma de luta contra a propagação da epidemia é a prevenção e o isolamento das pessoas afetadas.