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Maduro anuncia captura de generais que queriam se rebelar contra o governo

"Capturamos três generais da aviação que vínhamos investigando graças à poderosa moral de nossas Forças Armadas", anunciou Nicolás Maduro

Agência France-Presse
postado em 25/03/2014 15:01

Anúncio foi feito por Nicolás Maduro em uma reunião com chanceleres da União de Nações Sul-Americanas (Unasul)

Caracas - O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou nesta terça-feira (25/3) a captura de três generais acusados de tramarem um "golpe de Estado" após seis semanas de protestos contra seu governo que deixaram até o momento 34 mortos e vários líderes opositores presos.


"Na noite de ontem, capturamos três generais da aviação que vínhamos investigando", disse Maduro em uma reunião com chanceleres sul-americanos em Caracas. Sem identificá-los, disse que esses três generais "pretendiam colocar a Força Aérea contra o governo legitimamente constituído" e estavam ligados à oposição.

"Este grupo capturado tem vínculos diretos com setores da oposição e dizia que esta semana é decisiva", acrescentou o presidente. Maduro disse que os três militares já foram apresentados a um tribunal militar.

"Essa informação é tratada em nível presidencial", disse à AFP uma fonte da Força Aérea ao ser consultada sobre o nome e a patente dos oficiais. Fernando Falcón, tenente-coronel da reserva e historiador em assuntos militares, disse à AFP que "esta é a primeira vez que generais são detidos, acusados de golpes de Estado" nos 15 anos de governos chavistas.

A Venezuela é sacudida desde 4 de fevereiro por manifestações convocadas por estudantes e líderes opositores contra a crise econômica e os altos índices de criminalidade. O líder opositor Leopoldo Lopez Desde está preso desde o mês passado sob a acusação de incitar protestos violentos para desestabilizar o governo. Além disso, na semana passada foram detidos dois prefeitos opositores por não terem impedido a violência nos protestos registrados em suas cidades.

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A líder opositora venezuelana María Corina Machado disse que teme ser detida em Caracas quando voltar de uma viagem a Lima nesta quarta. Machado teve cassada a sua vaga de deputada por ter se apresentado em uma reunião da Organização dos Estados Americanos (OEA) como representante do Panamá para tentar conversar sobre a situação na Venezuela.

Na semana passada, a maioria chavista na Assembleia Nacional pediu à Procuradoria que investigue Machado por instigar a violência nos protestos contra o governo. Ela que impulsionou junto com López a estratégia "Saída", que tentava obrigar Maduro a renunciar por meio da pressão de manifestações.

Maduro diz enfrentar "um golpe de Estado contínuo" de opositores que ele acusa de manterem vínculos com países estrangeiros, entre eles Estados Unidos e Colômbia. Segundo o presidente venezuelano, aqueles que pretendem atentar contra o governo buscam produzir a imagem de um "protesto justo reprimido por um governo ditatorial para justificar golpes de Estado, magnicídio" e, inclusive, "a intervenção de alguma potência" na Venezuela.

Maduro acusa a oposição de planejar golpes contra seu governo, que começou no dia 19 de abril de 2013 após uma disputada eleição na qual derrotou o líder opositor e governador de Miranda, Henrique Capriles, por uma diferença de 1,50% dos votos.

Unasul e diálogo

Maduro anunciou a prisão dos militares diante de chanceleres da Unasul reunidos em Caracas para analisar mecanismos que impulsionem um diálogo de paz entre governo e oposição. O mandatário pede há várias semanas que estudantes e líderes opositores participem "da conferência nacional de paz" realizada com vários setores da sociedade.

Mas estudantes e opositores se negam a participar até que, entre outras coisas, o governo liberte os detidos, dentre eles vários membros da ala radical, como el dirigente da Vontade Popular, Leopoldo López, e os prefeitos de San Cristóbal (oeste), Daniel Ceballos, e San Diego (norte), Enzo Scarano, acusados de não terem impedido episódios de violência em manifestações.

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