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EUA tentam salvar processo de paz israelense-palestino na Jordânia

O presidente Mahmud Abbas negou o pedido do secretário americano de Estado, John Kerry para enviar um negociador Saeb Erekat à Roma

Agência France-Presse
postado em 26/03/2014 16:47
A reunião foi um esforço para salvar as negociações de paz no Oriente Médio
O secretário americano de Estado, John Kerry, se reúne nesta quarta-feira (26/3) em Amã com o presidente palestino Mahmud Abbas, para tentar salvar o processo de paz ameaçado por uma divergência sobre a libertação por Israel de um contingente de presos palestinos.

Kerry interrompeu uma visita à Itália para tentar "seguir reduzindo as divergências entre as partes", declarou a porta-voz do departamento de Estado, Jennifer Psaki, acrescentando que o secretário de Estado também estará em contato com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, "por telefone ou videoconferência".

O secretário de Estado americano foi recebido pelo rei Abdullah II no início da tarde, antes da reunião à noite com Abbas, que retornou de uma cúpula árabe no Kuwait.



Kerry pediu a Abbas para enviar seu negociador Saeb Erekat à Roma, mas o presidente palestino recusou, indicou à AFP uma autoridade palestina que não quis se identificar.

"Abu Mazen (Mahmoud Abbas) disse que não discutiria nada até a libertação do quarto contingente de prisioneiros", programada para 29 de março, declarou à rádio oficial Voz da Palestina o ministro palestino dos Prisioneiros, Issa Qaraqa;, acusando Israel de não respeitar os seus compromissos.

O acordo concluído em julho para retomar as negociações de paz previa a liberação gradual de 104 prisioneiros palestinianos detidos antes dos acordos de paz de Oslo, em 1993, em troca da suspensão de toda tentativa palestina de acionar organizações internacionais, incluindo jurisdições de competência global.

Os três primeiros grupos de 26 prisioneiros cada foram libertados. Mas o governo de Netanyahu declarou que poderia cancelar a última libertação dada às tensões entre as duas partes.

;Avalanche de condições e reservas;

Abbas acusou Israel de má-fé durante a cúpula da Liga Árabe no Kuwait, que apoiou a posição palestina proclamando sua "total e categórica rejeição de reconhecer Israel como um Estado judeu", uma reivindicação de Netanyahu.

"Nós não precisamos de um novo conjunto de acordos, para que Israel os enterre sob uma avalanche condições, reservas e interpretações antes de retornar para os seus compromissos", disse o presidente palestino.

Ele chamou de "bom exemplo" dessa atitude o caso do quarto grupo de prisioneiros palestinos antes de Oslo, "o que confirma o que dizemos sobre a falta de seriedade ou de vontade do governo de Israel de se retirar (dos territórios ocupados) e estabelecer a paz".

[SAIBAMAIS]A rádio militar israelense informou que o governo dos Estados Unidos ofereceu libertar Jonathan Pollard, um ex-analista da Marinha americana condenado à prisão perpétua por espionar para Israel, para garantir a libertação dos prisioneiros palestinos e estender as negociações.

Mas Psaki negou esta informação categoricamente. "Atualmente não há planos para libertar Jonathan Pollard", afirmou, lembrando que ele foi "condenado por espionagem contra os Estados Unidos, um crime muito grave, e condenado à prisão perpétua".

O encontro entre o chefe da diplomacia americana e o presidente palestino ocorre nove dias após a visita de Abbas à Casa Branca, onde Barack Obama fez um apelou a assumir "riscos" em nome da paz.

Duas semanas ante, Obama convidou Netanyahu a tomar decisões "difíceis" com a aproximação do prazo de 29 de abril para a conclusão de um acordo-quadro, traçando as principais diretrizes de um acordo final.

Depois de Amã, Kerry retornará na quinta-feira para Roma, antes de uma visita na sexta-feira à Arábia Saudita.

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