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Deslizamento em Seattle: continuam as buscas por 90 desaparecidos

Número de mortos está em 16, e se acredita que pelo menos mais oito corpos tenham sido localizados

Agência France-Presse
postado em 27/03/2014 20:52
A encosta que desabou e produziu um deslizamento de terra perto de Oso, Washington
Darrington - Os socorristas ainda esperam encontrar sobreviventes no deslizamento de terra que castigou o noroeste dos Estados Unidos, mas já antecipam um desfecho "substancialmente" ruim, no momento em que pelo menos 90 pessoas continuam desaparecidas.

O número de mortos está em 16, e se acredita que pelo menos mais oito corpos tenham sido localizados. O chefe dos Bombeiros do condado de Snohomish, Travis Hots, explicou que os corpos são incluídos no boletim oficial somente depois de terem sido recuperados e que "os oficiais legistas tenham feito seu difícil trabalho".

"Vocês verão esses números aumentarem, substancialmente em um, ou dois dias", disse ele aos repórteres. Ao todo, 49 casas nessa localidade rural foram atingidas por um verdadeiro muro de lama, pedras e árvores, que também destruiu parte de uma auto-estrada 95 km ao noroeste de Seattle.

Cinco dias depois do deslizamento que devastou a cidade de Oso, cerca de 100 km de Seattle, mais de 200 socorristas continuavam a revirar a lama em busca de possíveis sobreviventes. Algumas poucas pessoas foram encontradas imediatamente após o incidente, mas nenhuma outra foi recuperada desde o último sábado.



Para o socorrista voluntário Kraig Wenrick, a tarefa é difícil, tanto física quanto mentalmente. "É o que precisamos preparar nossas mentes para: encontrar corpos. Se eles estiverem lá...", disse à AFP em Darrington, cidade na parte oeste do deslizamento.

[SAIBAMAIS]"Gostaríamos de encontrar sobreviventes, mas está ficando difícil", lamentou. As autoridades de emergência têm sido criticadas com as operações de resgate se arrastando e vários moradores frustrados por não terem sido autorizados a ajudar nas buscas.

O governo também tem se defendido das insinuações de que poderia ter divulgado alertas mais eficientes para deslizamentos. Um relatório de 2010, elaborado após outro episódio similar em 2006, identificou Oso como uma região de grande risco.

A causa da tragédia ainda não foi esclarecida. Por um lado, alguns afirmam que as chuvas recentes aumentaram o risco de deslizamento em uma encosta já saturada. Por outro, o jornal "The Seattle Times" sugeriu que a exploração florestal de longo prazo, permitida no platô, pode ter tornado a área mais instável.

O US Geological Survey (USGS) esvaziou a hipótese levantada pelo chefe do Gerenciamento de Emergência John Pennington no início desta semana, de que um pequeno terremoto poderia ter deflagrado o desabamento.

"Não há terremotos, ou outros eventos sísmicos locais nos registros por volta do horário do deslizamento", declarou o USGS.

O bombeiro Hots disse que os trabalhadores não desistiram de encontrar sobreviventes, ainda que as chances sejam cada vez menores. "Se encontrarmos mais uma pessoa viva, já terá valido a pena para mim", afirmou. "Você não consegue avaliar contra o que estamos lutando até que você chegue lá e veja o terreno", comentou, acrescentando que "você tem bolas de argila do tamanho de ambulâncias, que rolaram montanha abaixo e esmagaram tudo pelo caminho".

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