Mundo

São escolhidos os nomes da Unasul que irão mediar o fim da crise

Bloco reafirma estrito apoio à democracia e nomeia ministros de Brasil, Equador e Colômbia como interlocutores entre governo e oposição. Presidente Nicolás Maduro aceita diálogo e cria Conselho Nacional de Direitos Humanos

Rodrigo Craveiro
postado em 28/03/2014 06:00
Agentes da Polícia Nacional Bolivariana lançam gás lacrimogêneo contra estudantes, em recente protesto na capital, Caracas: 35 mortos em 45 dias

Os chanceleres Luiz Alberto Figueiredo (Brasil), Ricardo Patiño (Equador) e María Ángel Holguín (Colômbia) foram encarregados pela União de Nações Sul-Americanas (Unasul) de promover o diálogo entre o governo chefiado pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e a oposição. A informação foi confirmada, no fim da tarde de ontem, pelo ministro das Relações Exteriores da Bolívia, David Choquehuanca, e por fontes diplomáticas consultadas pelo jornal El Universal. Horas antes, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, tinha revelado que Maduro aceitou sentar-se à mesa de negociações, após atender às demandas do bloco.

A criação de um Conselho Nacional de Direitos Humanos, uma das exigências dos representantes da Unasul, foi anunciada pelo vice-presidente venezuelano, Jorge Arreaza. ;O país vai abrir não um escritório, mas um Conselho Nacional de Direitos Humanos;, declarou. Os opositores a Maduro viram a notícia com desconfiança, pelo fato de que o organismo será liderado pelo próprio Arreaza e contará com o Ministério Público, a Procuradoria, o Ministério do Interior e da Justiça e por uma organização não governamental.



[SAIBAMAIS]Em comunicado divulgado ontem, a comissão de chanceleres da Unasul sustentou ter registrado disposição ao diálogo de todos os setores venezuelanos, ;os quais manifestaram a necessidade de moderar a retórica, criando um ambiente pacífico;. ;A comissão identificou em seus contatos um firme rechaço de todos os setores aos lamentáveis atos recentes de violência, condenando qualquer tentativa de ruptura da ordem democrática e manifestando seu compromisso com o respeito aos direitos humanos;, afirma o comunicado. Os ministros reconheceram a ;abertura e disposição; de Maduro em ;acolher as recomendações realizadas; e reafirmaram o estrito apoio à democracia. Desde 12 de fevereiro, confrontos entre as forças do governo e os manifestantes da oposição deixaram pelo menos 35 mortos.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação