Rodrigo Craveiro
postado em 29/03/2014 08:00
As forças de oposição da Venezuela recusaram o envolvimento da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) na mediação da crise política. A onda de violência no país, que se arrasta por mais de 40 dias, deixou 37 mortos e 559 feridos. Na última quinta-feira, o bloco tinha designado os chanceleres Luiz Alberto Figueiredo (Brasil), Ricardo Patiño (Equador) e María Ángel Holguín (Colômbia) para coordenarem os esforços de diálogo entre o governo do presidente Nicolás Maduro e seus adversários. Em meio ao impasse, o Vaticano colocou-se à disposição como interlocutor, enquanto a comunidade internacional intensificou a pressão sobre o Palácio de Miraflores. Figueiredo confirmou que a comitiva da Unasul vai retornar a Caracas na próxima semana. ;Vamos continuar o trabalho de apoio e de facilitação ao diálogo;, afirmou. ;Esperamos que, na semana que vem, deslanche definitivamente um grande diálogo nacional.;
[SAIBAMAIS]Por telefone, Ramón José Medina, secretário executivo adjunto da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD), foi enfático ao criticar o bloco sul-americano. ;Não vemos a Unasul como mediadora confiável, por conta da vinculação política e da dependência de países-membros;, afirmou. Segundo ele, o fato de Equador, Bolívia e Argentina integrarem a Unasul provoca um ;conflito de interesses;. ;O Brasil tem permanecido distante da oposição venezuelana e mantido muitos interesses econômicos em Caracas;, lamentou Medina.
Diálogo
Em Brasília, a Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado aprovou requerimento para convidar a deputada opositora María Corina Machado a uma audiência que deve ocorrer na próxima semana. O pedido partiu do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), presidente da comissão, após se encontrar com María Corina em Lima, na segunda-feira. O senador Eduardo Suplicy (PT-SP), por sua vez, sugeriu a presença do também deputado Rodrigo Cabezas, do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV). ;Seria importante que fosse convidado um parlamentar da base governista, que apoia o presidente Maduro;, explicou Suplicy ao Correio, por telefone. ;Da mesma maneira que foi aprovada uma comissão da Unasul para promover o diálogo, com o mesmo espírito esperamos poder ouvir as críticas de María Corina e o ponto de vista de Cabezas;, acrescentou.
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