Mundo

Eleição na Turquia: Erdogan deve retomar campanha para última ofensiva

Após semanas de uma campanha tensa, com episódios de violência, a eleição de domingo se anuncia como um referendo para Erdogan, de 60 anos

Agência France-Presse
postado em 29/03/2014 12:50
Instambul - O primeiro-ministro tuco Recep Tayyip Erdogan e a oposição disputam neste sábado os últimos votos dos eleitores, na véspera de uma eleição municipal crucial, em um contexto de perseguição policial após o vazamento de uma gravação de uma reunião secreta sobre a Síria.

Forçado a uma pausa de 24 horas por ter perdido a voz, Erdogan deve retomar sua campanha para uma última ofensiva dedicada exclusivamente a grande cidade de Istambul, cuja escolha eleitoral dará o tom da eleição em todo o país.

Após semanas de uma campanha tensa, com episódios de violência, a eleição de domingo se anuncia como um referendo para Erdogan, de 60 anos

"Quem vencer em Istambul, conquistará a Turquia", repetiu em diversas ocasiões Erdogan, que foi prefeito da maior cidade da Turquia.

O primeiro-ministro programou cinco discursos ao longo do dia, enquanto que o principal partido de oposição, o Partido Republicano do Povo (CHP) também escolheu encerrar sua campanha na megalópole com um grande comício.

Em Atasehir, Erdogan apelou os eleitores a votar em massa no domingo para "expor a traição" que tem sofrido, segundo ele. Ele defendeu, mais uma vez, a tese de conspiração orquestrada pelo pregador Fethullah Gülen, líder de um influente movimento religioso.

[SAIBAMAIS]

Candidato do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP) no poder, o atual prefeito Kadir Topbas aparece à frente nas pesquisas de opinião de seu adversário do CHP, Mustafa Sarigül.

Após semanas de uma campanha tensa, com episódios de violência, a eleição de domingo se anuncia como um referendo para Erdogan, de 60 anos, cuja maioria islamo-conservadora reina sobre o país há doze anos.

Dez meses após as manifestações que deixaram o governo em alerta, Erdogan e seu Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), no poder desde 2002, encaram este teste eleitoral em uma posição desconfortável.

Desde 17 de dezembro, o chefe do partido islâmico conservador é alvo de denúncias de corrupção que lhe valeram críticas na Turquia e no exterior. Estas acusações ganharam força com a publicação na internet de uma série de conversas telefônicas comprometedoras pirateadas.

Ao longo da campanha eleitoral, o primeiro-ministro tem se defendido denunciando "uma conspiração" organizada por seus antigos aliados da confraria do pregador muçulmano Fethullah Gülen e pediu a seus partidários a dar-lhe "uma boa lição" em 30 de março.

Esta disputa teve seu auge na quinta-feira com a publicação do áudio de uma reunião confidencial em que as autoridades turcas discutiam uma intervenção militar na Síria.

Leia mais notícias em Mundo

Nesta gravação pirata, quatro líderes turcos, entre eles o próprio ministro das Relações Exteriores e o chefe do serviço secreto (MIT) Hakan Fidan falam sobre a hipótese de uma operação para justificar uma intervenção militar da Turquia na Síria.

Após a abertura de uma investigação judicial por "espionagem e traição", um primeiro suspeito foi colocado sob custódia na sexta à noite em Ancara. Universitário especializado em questões de segurança, ;nder Aytaç, foi libertado neste sábado, de acordo com a cadeia CNN-Türk. A polícia turca procura outros suspeitos e também pessoas próximas ao movimento de Gülen.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação