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Centenas de opositores e chavistas voltam às ruas em Caracas

Levando cartazes, os opositores seguiram até a sede da Magistratura, no leste de Caracas, atendendo à convocação do Partido Vontade Popular

Agência France-Presse
postado em 29/03/2014 19:41
Caracas - Centenas de opositores marcharam neste sábado por Caracas contra a escassez de produtos básicos, a insegurança e a censura do governo, enquanto simpatizantes do chavismo caminharam até o palácio presidencial, protestando contra os danos ambientais causados pelas manifestações no país.

Levando cartazes com mensagens como "Procura-se óleo e açúcar" e "SOS estão nos matando por pensar diferente", os opositores seguiram até a sede da Magistratura, no leste de Caracas, atendendo à convocação do Partido Vontade Popular.

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O Vontade Popular é o braço radical da oposição. Seu líder, Leopoldo López, está detido desde 18 de fevereiro, acusado de instigar a violência nas manifestações. "Prendem os estudantes que protestam, mas deixam os bandidos soltos. Estamos isolados e sem voz", disse à AFP o engenheiro Elías Jorge, que está desempregado.

[SAIBAMAIS]Já os simpatizantes do governo, a maioria vestida de vermelho, marcharam pelo oeste de Caracas até chegar ao palácio de Miraflores, protestando contra os danos que teriam sido causados pela oposição ao meio ambiente, ao usar árvores para bloquear ruas e estradas.

Rodrigo Torres, um tratador de animais de um zoológico do oeste caraquenho, recrimina "o corte de árvores para fazer ;guarimbas; (bloqueio de ruas) (...) Não concordo com a escassez, mas continuo marchando pelo que (Hugo) Chávez nos deixou". Desde 4 de fevereiro, a Venezuela vive uma onda de protestos, deflagrados por estudantes de San Cristóbal (oeste).

As manifestações se espalharam por outras cidades, como Caracas, Maracaibo e Mérida, ampliando a pauta de reivindicações. Entre os pontos incluídos estão a insatisfação com a inflação anual de 57,3%, com a escassez de produtos básicos e com a repressão policial. A oposição também passou a exigir a soltura das pessoas detidas durante os protestos.

Segundo os últimos números da Procuradoria Geral, os protestos deixaram 39 mortos, mais de 550 feridos e 81 investigações por violações dos direitos humanos.

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