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Italiano passará 20 anos preso por mandar jogar ácido na ex-namorada

A vítima, que passou por sete cirurgias faciais, disse ter ficado satisfeita com o veredito, mas afirmou: "nada pode compensar o que eu passei"

Agência France-Presse
postado em 29/03/2014 20:18
Roma - O advogado italiano Luca Varani, de 37, foi condenado a 20 anos de prisão por ter contratado dois homens para jogar ácido no rosto da ex-namorada Lucia Annibali, que ficou desfigurado. Lucia disse ter ficado satisfeita com o veredito, mas afirmou que "nada pode compensar o que eu passei". A vítima foi submetida a sete cirurgias faciais.

Luca Varani foi preso no dia seguinte à agressão, quando tentava fugir para os Estados Unidos. Ele foi considerado culpado de ter encomendado o ataque à Lucia, quando ela descobriu que ele seria pai de uma criança com outra mulher e decidiu, então, deixá-lo.

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Ele acabou admitindo que contratou dois albaneses para jogar ácido no carro de Lucia, declarando, no tribunal, que "foi uma brincadeira de péssimo gosto que acabou mal". Os albaneses Rubin Talaban e Altistin Precetaj foram condenados a 14 anos de prisão cada um por essa agressão cometida em abril de 2013.

Lucia foi condecorada com a Ordem do Mérito, por parte do presidente italiano, Giorgio Napolitano, em novembro passado, e seu rosto se tornou símbolo da luta contra a misoginia e a violência cometida contra as mulheres no país.

Depois do anúncio da sentença, a porta-voz da Câmara baixa do Parlamento, Laura Boldrini, também uma vítima de agressões verbais, incluindo ameaças de estupro, homenageou a "coragem extraordinária" de Lucia Annibali. "O rosto e as palavras de Lucia deram uma contribuição fundamental para nossa luta. Várias mulheres, graças ao seu exemplo, saíram de seu silêncio para reafirmar que a violência contra as mulheres, quando cometidas dentro de casa, nunca são um assunto privado", declarou.

No ano passado, a Itália adotou uma série de medidas para enfrentar a escalada da violência doméstica cometida contra as mulheres e se tornou o quinto membro do Conselho da Europa a ratificar a Convenção de Istambul. Esse tratado se destina a conter violências desse tipo.

Segundo o Instituto Nacional italiano de Estatísticas, 124 mulheres foram mortas em 2012, sendo um terço desse total por violência doméstica.

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