Agência France-Presse
postado em 30/03/2014 14:09
Taipé - Dezenas de milhares de taiwaneses desfilaram neste domingo pelas ruas de Taipei para convencer o presidente Ma Ying-jeou a retirar seu controverso acordo comercial com a China.
Os manifestantes levavam cartazes que pediam a "defesa da democracia" e a "retirada do pacto comercial sobre os serviços". O ato foi feito na rua onde fica a sede da presidência do país, e foi acompanhada por cerca de 3.500 policiais.
Na última segunda-feira, as forças de segurança utilizaram canhões de água para dispersar os estudantes e outros opositores que invadiram a sede do governo alguns dias antes.
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Os organizadores do protesto deste domingo esperavam levar centenas de milhares de pessoas às ruas. Uma primeira estimativa da polícia falava em 87.000 manifestantes. "Não responderemos a uma ação violenta da polícia ou de outros grupos. Nos manteremos pacíficos. Toda forma de violência está proibida em nossa movimento", declarou o líder dos estudantes, Lin Fei-fan.
Os manifestantes pedem que o acordo comercial sobre os serviços e todo o acordo ou negociação em andamento com a China sejam suspendidos até que uma lei que examinaria de perto tais acordos sejam aprovada.
Esse tratado com a China, primeiro parceiro comercial com a ilha, ocorre no marco do acordo sino-taiwanês de cooperação econômica firmado em 2010.
O acordo prevê a abertura às empresas taiwanesas de 80 setores dos serviços na China e de 64 setores taiwaneses às empresas chinesas.
Para os opositores, o texto irá prejudicar a economia taiwanesa e a deixará mais vulnerável às pressões políticas de Pequim.
O presidente Ma Ying-jeou nega as acusações e lembra que um fracasso na ratificação comprometeria os esforços de Taiwan em concluir novos acordos comerciais.
O presidente, que desde sua chegada ao poder em 2008 trabalha por uma aproximação da ilha com a China, desconsiderou a demanda dos manifestantes de cancelar o pacto comercial. Mas concordou, no sábado, com a introdução de uma lei para examinar todos os acordos China.