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República Centro-Africana: 24 pessoas são mortas por soldados chadianos

Os soldados chadianos foram enviados para repatriar os compatriotas que fugiram da violência no país

Agência France-Presse
postado em 30/03/2014 16:21
Bangui - Pelo menos 24 pessoas foram mortas, e mais de 100 foram gravemente feridas, neste sábado, em Bangui, por soldados chadianos enviados para repatriar seus compatriotas que fugiram da violência no país natal, segundo um novo balanço divulgado neste domingo à noite pela prefeitura de Bégoua.

De acordo com uma fonte da força africana estacionada no país (a Misca), integradas pelos militares chadianos, os soldados foram alvo de um ataque com granada e responderam atirando contra a população.

"Há 24 corpos registrados, e mais de 100 feridos graves" nos bairros ao norte de Bangui, disse à imprensa a prefeita de Bégoua, Odette Dombolo, uma pequena localidade na periferia da capital, acrescentando que esses números são provisórios. O total anterior era de oito mortos.

Há um ano, a República Centro-Africana está mergulhada na violência entre as comunidades muçulmana e cristã, que leva a ONU a temer um genocídio e uma limpeza étnica.

[SAIBAMAIS]

Segundo um oficial da força pan-africana, que pediu para não ser identificado, "os soldados chadianos foram alvo de uma granada, que feriu um deles, e então responderam".

Um dos porta-vozes das milícias antibalaka, de maioria cristã, Brice Namsio, rejeitou essa versão: "é uma provocação (...) ninguém atacou os chadianos".

"Os soldados chadianos começara a atirar a torto e a direito. Os moradores dos bairros do norte da capital, tomados pelo pânico, fugiram, de modo que houve uma debandada generalizada", disseram moradores da região, por telefone, à AFP.

Em Bangui, são comuns incidentes entre as milícias antibalaka e a população, cristãs em sua maioria, e os soldados chadianos.

Os soldados são acusados de cumplicidade com a milícia Seleka, de maioria muçulmana, que tomou o poder em março de 2013 na República Centro-Africana. Seu presidente, Michel Djotodia, foi obrigado a renunciar, em janeiro passado, sendo substituído pela presidente interina, Catherine Samba Panza.

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Com mais de seis mil homens e subordinada à União Africana, a Misca está presente no país, além dos cerca de dois mil soldados franceses. As forças europeias também se comprometeram a enviar pelo menos mil homens.

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