Agência France-Presse
postado em 31/03/2014 16:02
Madri - Os reis da Espanha, Juan Carlos e Sofía, presidiram nesta segunda-feira (31/3) em Madri um funeral de Estado para o primeiro presidente da democracia espanhola, Adolfo Suárez, falecido no dia 23 de março, aos 81 anos.
O cardeal-arcebispo de Madri, Antonio María Rouco Varela, ao lado do presidente do governo Mariano Rajoy e do filho de Suárez, Adolfo Suárez Illana, receberam o monarca na entrada da catedral de La Almudena de Madri, onde dezenas de pessoas fizeram fila para conseguir um lugar.
Suárez "é o melhor (presidente) que tivemos. Se todos os sucessores fossem como ele, esta Espanha estaria muito melhor do que está", disse à AFP Fidel Carrasco, um aposentado de 72 anos.
"Ele serviu aos espanhóis com retidão e força em um dos momentos mais cruciais e delicados" da história recente da Espanha, afirmou Rouco Varela em sua homilia, diante o casal real da Espanha, e do herdeiro da Coroa espanhola, o príncipe Felipe, e sua esposa, Letizia.
Este funeral de Estado é o último ato de despedida de Adolfo Suárez, falecido no dia 23 de março em uma clínica da capital espanhola, onde havia sido internado devido a uma infecção respiratória depois de mais de uma década sofrendo do Mal de Alzheimer.
No dia seguinte à sua morte, dezenas de milhares de espanhóis participaram do velório no Congresso para prestar uma última homenagem.
O governo de Suárez começou em 1976. Durante seu mandato, foram realizadas as principais reformas para que a Espanha se tornasse uma democracia, como a legalização de todos os partidos políticos -incluindo a do Partido Comunista-, uma anistia aos presos políticos e a elaboração da Constituição e sua aprovação por referendo em 1978.
No entanto, a partir de 1979, ano de sua segunda vitória eleitoral, a administração foi comprometida por problemas em seu partido, pela crise econômica, por uma agitação militar, pelo problema da autonomia das regiões espanholas e pelos atentados da organização armada separatista basca ETA. Suárez não resistiu e renunciou no início de 1981, pouco antes da tentativa de golpe de Estado de 23 de fevereiro desse ano.