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Espião israelense detido nos EUA pode ser peça-chave em negociações de paz

O Departamento de Estado e a Casa Branca se limitaram até agora a repetir que Jonathan Pollard "foi declarado culpado de espionagem e cumpre sua pena"

Agência France-Presse
postado em 01/04/2014 12:03
Pollard é um ex-especialista da Marinha americana que transmitiu a Israel milhares de documentos secretos sobre as atividades de inteligência americanas no mundo árabeJerusalém - Jonathan Pollard, o israelense preso nos Estados Unidos por espionar para Israel, pode se converter em uma peça importante nas negociações do secretário americano de Estado, John Kerry, para salvar o processo de paz israelense-palestino. Segundo fontes vinculadas ao caso, a libertação de Pollard está na mesa de negociações, embora nenhuma decisão tenha sido tomada até o momento.

Segundo uma proposta de acordo, o espião pode ser libertado antes da Páscoa judaica, em meados de abril, para facilitar novas libertações de palestinos detidos em Israel e a prolongação das negociações entre israelenses e palestinos. O Departamento de Estado e a Casa Branca se limitaram até agora a repetir que Pollard "foi declarado culpado de espionagem e cumpre sua pena". Segundo a administração penitenciária americana, o réu pode pedir liberdade condicional a partir de novembro de 2015.

Pollard, condenado em 1987 à prisão perpétua por espionagem a favor de Israel, se converteu em um ícone para a direita nacionalista, no poder no Estado hebreu, e uma parcela considerável da sociedade israelense apoia sua causa. Grande parte da opinião pública considera incompreensível a obstinação dos Estados Unidos, o principal aliado de Israel, em conceder a Pollard uma anistia ou uma redução de pena.



Pollard, um ex-especialista da marinha americana que atualmente tem 59 anos, transmitiu a Israel milhares de documentos secretos sobre as atividades de inteligência americanas no mundo árabe. A embaixada de Israel em Washington rejeitou seu pedido de asilo político e negou-se a acolhê-lo, pouco antes de sua prisão em 1985: mas dez anos depois o governo concedeu a ele a nacionalidade israelense e em 1998 o reconheceu oficialmente como um agente israelense.

Em 1998 já havia se falado de uma libertação de Pollard em troca da liberação de prisioneiros palestinos. Mas o acordo entre Benjamin Netanyahu, que cumpria na época seu primeiro mandato como chefe de governo, e o líder palestino Yasser Arafat, não se concretizou. Este caso provoca tensões há 20 anos na relações entre israelenses e americanos. A prisão de Jonathan Pollard desencadeou uma crise que apenas se resolveu com a promessa dos israelenses de colocar fim a todas as suas atividades de espionagem no território americano.

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