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Chilenos retornam para casa após terremoto que deixou seis mortos

O alerta de tsunami foi cancelado durante a manhã em todo o país

Agência France-Presse
postado em 02/04/2014 10:44

Moradores se refugiam no estádio da cidade após após o terremoto e uma alerta de tsunami

Santiago - Milhares de chilenos retornavam nesta quarta-feira (2/4) para suas casas na região norte do Chile, depois de abandonarem as residências na terça-feira à noite em consequência do alerta de tsunami declarado após o terremoto de 8,2 grau na escala de Richter, que provocou seis mortes.

O alerta de tsunami foi cancelado durante a manhã em todo o país, anunciou o ministro chileno do Interior, Rodrigo Peñalillo. Em Iquique, a cidade mais próxima do epicentro do tremor, e na localidade de Alto Hospicio quatro homens e duas mulheres faleceram.

Bombeiros tentam extinguir um incêndio em um restaurante na praia do mar após o terremoto

No sul do Peru, nove pessoas ficaram feridas e algumas casas foram danificadas. Mais de 900.000 pessoas haviam abandonado suas casas nas costas do Chile, de 4.329 quilômetros de extensão.

Em Iquique era possível observar casas sem telhados, janelas quebradas e estantes e mercadorias no chão nas lojas. O terremoto provocou danos na torre de controle do aeroporto Iquique e os voos para as três capitais do norte, Antofagasta, Iquique e Arica, foram cancelados. Também foram registrados acidentes na estrada que liga Iquique ao resto do país e cortes de luz em Arica.



[SAIBAMAIS]

Mas os serviços básicos de comunicação e água potável não sofreram danos. No porto da cidade, quase 80 embarcações ficaram avariadas e outras foram arrastadas. O mar avançou quase 200 metros, segundo o governo de Iquique, e inundou avenidas.

A presidente chilena, Michelle Bachelet, declarou a região "zona de catástrofe" e viajou durante a manhã para as cidades para constatar os danos e supervisionar as medidas de ajuda.

O tremor às 20h46 e duração de dois minutos - afetou as regiões chilenas de Arica, Iquique e Antofagasta, 1.800 km ao norte de Santiago. O epicentro do terremoto foi localizado no mar, 89 km ao sudoeste de Cuya, em Iquique, com uma profundidade de 38,9 km, segundo o Centro Sismológico Nacional da Universidade do Chile.

"Zona de catástrofe"


Durante a noite de terça-feira (2/4) , Peru, Equador e Honduras emitiram alertas de tsunami. A estatal chilena Codelco, a maior produtora mundial de cobre, informou que retirou os funcionários de parte das instalações costeiras, mas até o momento nenhuma unidade sofreu danos.

Bachelet adotou imediatamente desta vez a decisão de decretar zona de catástrofe e enviar as Forças Armadas para a região afetada, com o objetivo de manter a ordem e a segurança, e evitar assim possíveis saques, como aconteceu depois do terremoto de 2010.

Naquele ano, o Chile sofreu um terremoto de 8,8 graus de magnitude seguido por um tsunami no centro-sul do país. A tragédia deixou mais de 500 mortos e provocou danos de 30 bilhões de dólares, além de cenas de caos, com vários dias de saque.

Na época, o governo de Bachelet, que encerrava o primeiro mandato como presidente, descartou um alerta de tsunami por informações técnicas equivocadas. Muitas pessoas retornaram para suas casas e faleceram arrastadas pelas ondas.

Até agora foram registrados 17 tremores secundários e as autoridades advertiram para a possibilidade de novos fenômenos nos próximos dias.

O Chile é um dos países com mais atividade sísmica no mundo. Há vários anos os sismólogos advertiam sobre um eventual terremoto na região norte do país, pelo acúmulo de energia durante muito tempo. Nas últimas semanas vários tremores haviam sido registrados na região.


Principais terremotos na América Latina

23 de junho
Peru: Um terremoto de magnitude 7,9 no sul do Peru deixa mais de 100 mortos e 70.000 pessoas desabrigadas. Também são registradas réplicas no oeste da Bolívia e no norte do Chile.

2001

13 de janeiro e 13 de fevereiro: EL SALVADOR - Dois terremotos em um mês, de 7,6 e 6,6 graus. O balanço total é de 1.142 mortos, 2.000 desaparecidos e 1,3 milhão de atingidos. A Guatemala, também afetada pelo tremor de 13 de janeiro, registra seis mortos.

2003
21 de janeiro - México: Um terremoto de magnitude 7,8 atinge o litoral do Pacífico, no oeste do México, deixando 29 mortos e mais de 300 feridos.

2005
14 de junho - Chile: O norte do país, na fronteira com Peru e Bolívia, é atingido por um tremor de magnitude 7,9 que deixa 11 mortos.

2007
21 de abril - : Chile Um terremoto de magnitude 6,2 atinge uma região situada no sul do país, deixando mais de dez mortos e desaparecidos.

15 de agosto -Peru - Um terremoto de magnitude 7,7 é registrado no sul do país e em Lima, a capital, deixando 600 mortos, 300 desaparecidos e mais de 320.000 desabrigados.

2009
8 de janeiro - Costa Rica: Um tremor de 6,2 graus de magnitude deixa mais de 30 mortos e desaparecidos na região turística do vulcão Poas, a 40 km de San José, a capital.

- 28 de maio - Honduras: Um terremoto de magnitude 7,1 atinge a costa norte, deixando sete mortos.

2010
12 de janeiro - Haiti: Um terremoto de magnitude 6 destrói grande parte da capital, Porto Príncipe, e deixa entre 200.000 e 250.000 mortos, 300.000 feridos e mais de um milhão de pessoas deslocadas.

27 de fevereiro - Chile: Um forte terremoto (8,8) e um tsunami fazem estragos no centro-sul do país e deixam mais de 520 mortos. Muitas das vítimas são registradas em Maule, 300-400 km ao sul de Santiago, uma zona do litoral submersa em algumas partes por uma onda de 2 a 6 metros.

2012
7 de novembro - Guatemala: Um terremoto submarino de magnitude 7,4 atinge a costa do Pacífico, deixando 44 mortos e desaparecidos. A zona mais atingida é o departamento de San Marcos, 250 km a oeste da capital.

Também são lançados alertas de maremoto em Peru, Honduras, Equador e Indonésia, enquanto o Japão estudava fazê-lo.

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