Jornal Correio Braziliense

Mundo

Ruanda lembra o 20º aniversário de genocídio que deixou 800 mil mortos

Na próxima segunda-feira (7/4), a data será lembrada no Memorial do Genocídio de Gisozi, em Kigali



Kigali se beneficiou por muito tempo do sentimento de culpa da comunidade internacional, que não fez nada para impedir o genocídio. Mas 20 anos depois, o período de carência parece ter chegado ao fim e alguns de seus aliados mais próximos - Estados Unidos à frente - se distanciaram recentemente e não parecem dispostos a uma reaproximação de Kigali. Portanto, a composição das delegações internacionais que vão participar dos eventos será examinada muito de perto, de acordo com analistas.

A ONU, incapaz de em 1994 evitar o genocídio, apesar da presença de uma força de 2.500 homens no país, o que deixou uma mancha em sua história, será representada pelo secretário-geral Ban Ki-moon. "O genocídio de Ruanda foi um terrível fracasso da comunidade internacional", reconheceu no final de fevereiro Ban Ki-mon, que garantiu que a ONU "aprendeu lições importantes".

A delegação dos Estados Unidos será liderada por sua representante na ONU, Samantha Power, e incluirá vários diplomatas de alto nível, como a secretária de Estado para os Assuntos Africanos, Linda Thomas-Greenfield. A ex-potência colonial Bélgica enviará o vice-primeiro-ministro e ministro das Relações Exteriores, Didier Reynders, e o ministro da Cooperação e Desenvolvimento, Jean-Pascal Labille. O chefe da diplomacia britânica, William Hague, e o ministro para a África, Mark Simmonds, também viajarão a Kigali.

A França, oficialmente reconciliada com Ruanda após as acusações de cumplicidade no genocídio por seus vínculos com o regime hutu de 1994 e cujas relações com Kigali seguem com altos e baixos, será representada a nível ministerial. A África do Sul, em plena crise diplomática com Ruanda, será representada apenas pelo seu embaixador em Kigali.