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Afeganistão sofre há 35 anos com conflitos, guerras, eleições e incerteza



1996-2001: Sob o regime dos talibãs

Os talibãs tomam o poder em Cabul e instauram um regime fundado na interpretação rigorosa da lei islâmica que proíbe, entre outras coisas, a educação e o trabalho das mulheres, as obriga a se cobrir totalmente e proíbe a música e o entretenimento.

Punido pela ONU, o regime talibã liderado pelo mulá Omar se aproxima da Al-Qaeda e acolhe seu chefe Osama Bin Laden.

Final de 2001: Invasão ocidental

Os Estados Unidos lideram a operação em represália aos atentados de 11 de setembro cometidos pela Al-Qaeda. Washington e seus aliados da Otan derrubam os talibãs, instauram no poder Hamid Karzai, injetam bilhões de dólares para reconstruir o país e mobilizam até 150.000 soldados para ajudar o governo afegão a garantir a segurança. Os talibãs se escondem ou fogem para países vizinhos, em particular o Paquistão, antes de lançar a rebelião contra Cabul e a Otan.

2004: 1; eleição presidencial democrática

A primeira eleição democrática do país é conquistada por Hamid Karzai com mais de 55% dos votos, uma participação de 70% e uma violência limitada. No ano seguinte, são organizadas eleições legislativas e provinciais.

2009: 2; presidencial, Karzai é reeleito

A fraude generalizada e a baixa participação - 30-33%, segundo a ONU - atingem a reeleição de Karzai, marcada pela violência, principalmente dos talibãs, que ganharam espaço e rejeitam os apelos à paz de Karzai, considerado uma marionete do Ocidente. Karzai obtém 49,7% dos votos no primeiro turno, à frente de seu ex-ministro Abdullah Abdullah (30,6%), que se retira do segundo denunciando a fraude em massa que favoreceu seu rival.

2014: 3; presidencial, retirada da Otan

Esta eleição marca a primeira transição democrática do país, já que a Constituição impede Karzai de se candidatar pela segunda vez à reeleição. O processo eleitoral acontece sob tensão diante das ameaças de ataques dos talibãs, a alguns meses da retirada das tropas da Otan, no fim do ano, que suscita temores em relação ao futuro do país.