Agência France-Presse
postado em 05/04/2014 15:58
Caracas - A sede das Nações Unidas (ONU) na Venezuela expressou neste sábado (5/4) sua preocupação pelo "alto custo em vidas humanas" dos protestos contra o governo que ocorrem há dois meses, com um registro de 39 mortos, e pediu respeito aos direitos dos manifestantes pacíficos. "A ONU na Venezuela está altamente preocupada com o alto custo em vidas humanas que foi registrado no país devido aos protestos", expressou a organização em um comunicado divulgado em Caracas, fazendo um apelo aos venezuelanos "para que o direito à vida seja garantido, respeitado e valorizado".A ONU lembrou que há 12 dias um "grupo de estudantes e jovens de várias cidades" ergueu um acampamento de mais de 120 barracas na entrada principal de sua sede no leste de Caracas, ocupando inclusive parte de uma importante avenida para protestar contra o governo pela crise econômica e pela insegurança. "Respeitamos e solicitamos respeito ao direito de protestar pacificamente do grupo de jovens acampados em frente ao escritório da ONU", acrescentou a nota, na qual também pediu que os manifestantes permitam "a passagem de veículos e o acesso ao edifício".
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Mas a organização também rejeitou "qualquer ato violento, a destruição de propriedade pública e privada, e o obstáculo à livre circulação de cidadãos", que ocorreram nas últimas semanas. A ONU reiterou o pedido do secretário-geral da organização, Ban Ki-moon, para que seja "garantida a proteção dos direitos humanos de todos os venezuelanos", no momento em que o Ministério Público investiga quase 100 casos de violações de direitos humanos por abusos policiais durante os protestos.
A organização saudou o esforço feito pelo governo para realizar conferências de paz com vários setores na tentativa de acalmar os ânimos na Venezuela e o anúncio feito pelo presidente Nicolás Maduro da criação do Conselho Nacional de Direitos Humanos. Há dois meses, a Venezuela vive uma onda de protestos, iniciada em 4 de fevereiro em San Cristóbal (oeste). Até o momento, 39 pessoas morreram, 608 ficaram feridas e 192 estão detidas aguardando julgamento.